quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

CRÍTICA: LIVRO EASY



Critica Easy




Sinopse: “Quando Jacqueline segue o namorado de longa data para a faculdade que ele escolheu, a última coisa que ela espera é levar um fora no segundo ano. Depois de duas semanas em estado de choque, ela acorda para sua nova realidade: ela está solteira, frequentando uma universidade que nunca quis, ignorada por seu antigo círculo de amigos e, pela primeira vez na vida, quase repetindo em uma matéria. Ao sair de uma festa sozinha, Jacqueline é atacada por um colega de seu ex. Salva por um cara lindo e misterioso que parece estar no lugar certo na hora certa, ela só quer esquecer aquela noite — mas Lucas, o cara que a ajudou, agora parece estar em todos os lugares. A atração entre eles é intensa. No entanto, os segredos que Lucas esconde ameaçam separá-los. Mas eles vão ter de descobrir que somente juntos podem lutar contra a dor e a culpa, enfrentar a verdade — e encontrar o poder inesperado do amor.”

Easy é mais um livro da nova onda literária que está recheando as prateleiras das livrarias: New Adult (quem já leu Belo Desastre irá se identificar com esse novo gênero). Eles acompanham a vida dos protagonistas entrando em uma nova – e mais adulta – fase da vida, geralmente ao entrarem na faculdade ou logo depois disso. Além dessa característica, eles abordam temas um pouco mais séries e possuem um pouco de teor sexual, porém não chegam a se enquadrar em um livro erótico (e esse livro tinha umas cenas que MEU DEUS! O que são aqueles beijos do Lucas???). 

Mas voltando a crítica de hoje, vamos falar de Easy. A história acompanha Jacqueline, uma garota bonita e que sabe disso (e por incrível que pareça, não tão irritante. Foram raros os momentos que ela me deixou nos nervos e com vontade de dar um tapa na cara dela) que depois de duas semanas desde o término de seu namoro, quase sobre um abuso através de um de seus colegas de faculdade. E é nesse cenário que aparece Lucas, um cara misterioso que a salva e de repente, parece não sair mais de sua vida. 

Lucas é o típico cara com aparência bad boy, com os braços cheios de tatuagens, um piercing no lábio inferior, cabelos e olhos azuis incrivelmente belos; e que parece sempre estar desenhando e não prestando atenção a aula de economia que tem junto a Jacqueline, sempre calado e com um ar misterioso. 

A narrativa flui rapidamente e você fica envolvida na história ainda mais rápido. Você rapidamente entra na cabeça da protagonista, acompanhando seu arrependimento ao escolher ir para uma faculdade que não queria por causa do namorado que acaba terminando com ela (e que é um babaca); seu medo devido ao quase estupro; sua tentativa de voltar a entrar nos trilhos depois de duas semanas chorando por causa do ex, e para ficar ainda mais confuso, seu salvador Lucas que começa a aparecer em todos os lugares.

Ao mesmo tempo, devido a uma prova de economia que perdeu, Jacqueline precisa recuperar sua nota, fato que a liga até Landon, o mentor de economia que ela começa a trocar e-mails para poder recuperar sua nota e que rapidamente fica notável o quanto ele é gentil e uma paquera começa, apesar dela nunca ter o conhecido.

Com a ajuda de sua amiga Erin, Jacqueline decide tentar investir em Lucas, o bad boy não tão mal assim, para tentar esquecer seu ex. Completamente oposto de Kennedy, tanto na aparência quanto na personalidade, logo a garota percebe que lentamente ela começava a esquecer o ex e o bad boy começava a tomar um lugar no seu coração, apesar de ter um lado seu que se sente atraída pelo mentor Landon.

Quando Jacqueline finalmente cai nos encantos de Lucas (e ele nos dela) e a relação de ambos parece estar indo bem, ao desvendar um dos muitos mistérios que ronda o rapaz, Jacqueline percebe que a história deles seria tudo, menos fácil. Sempre fechado e com medo de se abrir, Lucas está sempre com medo de ir adiante com Jacqueline. 

A narrativa tem vários lados positivos. A escritora não fica enrolando, o que gera uma história rápida, mas ao mesmo tempo envolvente, dispensando momentos desnecessários. Todos os personagens, sem exceção, mas principalmente os dois protagonistas, evoluem de forma significativa, tanto emocionalmente e psicologicamente quanto em suas relações. O livro, apesar de apesar dramas fortes, não é sobrecarregado por eles. Eles são narrados de forma simples, não se prendendo demais e deixando uma coisa pesada, mas algo fácil e gostoso de ler e que ao mesmo tempo, consegue entrar em sua mente e te deixar pensando. 

Mas o que mais gostei nesse livro foi o tema abordado: estupro. Hoje em dia, apesar de termos vários livros com críticas a sociedades e narrando fatos polêmicos, nunca vi um escrito de forma tão boa e direta, mas sem se tornar pesado de ler. Tammara conseguiu abordar um assunto que é grave de forma leve, mas que traz uma grande conscientização, além de ter conseguido mostrar com facilidade a realidade que pessoas que são (ou quase são) estupradas enfrentam. A escritora conseguiu escrever de forma crível, harmoniosa e não maçante, mas sem deixar nenhum detalhe sobre o tema de fora. O tema do estupro é abordado de forma que mostra o medo das pessoas de denunciar o que aconteceu, principalmente pela pressão externa que sofrem de pessoas próximas, até mesmo de amigos; a difícil aceitação da situação e finalmente a coragem para enfrentar e assumir o acontecimento. 

Tammara Webber conseguiu abordar um tema polêmico de forma convincente e realista e está de parabéns. Easy com certeza entrou na minha listinha de livros preferidos tanto por sua habilidade de escrita sobre o assunto quanto pela forma cativante que escreve a história e desenvolve os personagens. 

Eu não estava com expectativas altas para esse livro e ele conseguiu me surpreender de todas as formas boas imagináveis. Ele não deixou nenhuma ponta solta e toda a trama e mistério foi desenvolvido de forma que atou todas as pontas soltas, principalmente o passado de Lucas (que me chocou e me levou as lágrimas. De todos os cenários que imaginei, nunca considerei algo tão chocante). 

O título do livro se encaixou perfeitamente com a narrativa, que apesar de ser “Fácil”, ainda temos que enfrentar muitas dificuldades e momentos não agradáveis em nossas vidas. Mas o que sempre será fácil é escolher o amor. 

“Amor não é a ausência de lógica
mas a lógica examinada e recalculada
aquecida e curvada para caber
dentro dos contornos do coração.”


PS: o único lado negativo do livro foi essa capa HORRÍVEL! Esse casal da capa não se parece nada com os protagonistas e a química deles é inexistente. Tudo bem que não podemos julgar um livro pela capa, mas leitores sempre gostam de uma capa bonita e não podemos negar que às vezes compramos um livro pela capa. Confesso que uma das coisas que me impediam de ler esse livro foi a capa, que sempre me desanimava quando via. 

PS2: a autora já divulgou que lançará a história de Easy sob o ponto de vista de Lucas (esse negócio de duas versões da mesma história virou moda, né?). A capa dele já foi divulgada, assim como seu título “Breakable”.








Mavi Tartaglia

sábado, 16 de novembro de 2013

CRÍTICA DE JOGOS VORAZES: EM CHAMAS



Crítica Jogos Vorazes: Em Chamas


Esse filme com certeza entrará para a lista dos melhores do ano. Com um tom sombrio, misturando ação e romance, além aquela crítica sutil e pesada ao mesmo tempo que encontramos no livros, Jogos Vorazes: Em Chamas irá agradar a todos, inclusive os fãs. 

Já no começo, vemos que esse filme é mais pesado que o primeiro. Em um das primeiras cenas, já vemos o quanto Katniss está abalada pelos jogos e o quanto tudo mudou, não somente com ela, mas por toda Panem. Rapidamente, podemos ver o grande teor político e de crítica que envolve esse filme, com Katniss nas mãos do presidente Snow e das rebeliões e levantes que ela, chocada, começar a presenciar na Turnê da Vitória. 

Todo esse cenário é ricamente construído. A direção de imagem não deixou a desejar, que através dos cenários meio apagados, combinava perfeitamente com os sentimentos dos personagens. O contraste do luxo e pobreza também foi bem trabalhado, principalmente quando somos levados a Capital onde o luxo transborda e que o próprio Peeta revela que é absurdo o modo como eles passam fome no Distrito 12 enquanto na Capital as pessoas passam mal para simplesmente comer mais. 

Outra parte que está de parabéns é o figurino. Desde o figurino triste e cinzento no Distrito 12 até chagar ao luxuoso na Capital, já podemos ver que o figurino está melhor. Mas os melhores trabalhos se encontram na cena da carruagem, com o figuro de babar de Peeta e Katniss que estão em chamas, e especialmente, o vestido de noiva que dá lugar ao tordo de Katniss. Essa transformação foi surpreendente, fazendo todos ficarem de olhos arregalados e boca aberta; além de ter dado uma ótima abertura ao destino de Cinna que mostra claramente o que acontece com aqueles que desafiam a Capital. 

Os efeitos visuais também são claramente melhores. A arena está mais bem montada e o efeito está tão bom que não parece àquela coisa falsa. 

Mas o que realmente se destaca nesse filme é o elenco. Ás vezes era difícil saber quem roubava mais a cena. No papel principal, Jennifer Lawrence arrebenta como Katniss (essa mulher é uma puta atriz, meu Deus!). Nesse filme, vemos a atriz trabalhar mais suas expressões que ás vezes é tão perturbadora que nos leva ao desespero, principalmente no final do filme, quando a câmera foca em seu rosto e vemos em seu rosto a mudança dela: vemos aquela expressão de assustada de repente se tornar determinação. É nesse ponto que fica claro que Katniss se transformou no Tordo. Jennifer está de parabéns, cada vez mais melhorando sua atuação. Josh Hutcherson mais uma vez faz jus ao Peeta, mostrando aquela doçura e bondade que talvez faça o personagem o mais humano de todos ali. Vi um amadurecimento na interpretação de Josh que nesse filme pareceu se aprofundar mais no personagem. Suas expressões também foram mais bem trabalhadas e senti que ele teve uma participação mais nesse segundo filme, não decepcionando. 


A volta de Elizabeth Banks como Effie também não decepcionou. Dessa vez vemos a personagem dela não tão “alienada” quanto no primeiro. Pela primeira vez, vemos que ela percebe que o mundo em que vive é injusto quando seus vencedores são mandados para a arena novamente. Em relação a Woody Harrelson, não tenho nem o que comentar. O ator continua perfeito em seu papel como o mentor de Katniss e Peeta, dando humor a cenas e ao mesmo tempo, sendo um dos mais sensatos em relação a revolução. Donald Sutherland é outro que retoma o seu papel com perfeição, mostrando claramente a frieza do presidente Snow e sendo a imagem da Capital, assim como Katniss é a da revolução. Uma das coisas que me marcou no filme foi a transformação de Prim para uma criança mais madura, algo que pega de surpresa a própria protagonista.Willow Shields merece meus parabéns por mostrar tão claramente o quanto a personagem amadureceu e mal vejo a hora de vê-la agindo mais em A Esperança. Stanley Tucci também volta como o inesquecível Caeser Flickerman e Liam Hemsworth como Gale, que nesse segundo filme mostra mais claramente seus sentimentos pela protagonista.

Mas o que realmente me surpreendeu foi o novo elenco. Eu não esperava gostar tanto deles e com certeza eles foram um dos motivos para o tamanho sucesso do novo filme. Primeiramente temos Philip Seymour Hoffman como Plutarch que com certeza se destacou ao lado do presidente Snow. Durante o filme inteiro somos convencidos que ele pode ser quase tão cruel quanto o presidente, principalmente pelo modo que ele fala de Katniss e seu sorriso cínico que nunca morre. É no final que fica claro em que lado ele realmente estava e entendemos porque sempre adiava a morte de Katniss. Lynn Cohen foi uma Mags perfeita, brilhando em sua interpretação e sua morte, apesar de não ter sido tão impactante como outras, foi emocionante e me levou a lágrimas. Destaque também para Amanda Plummer com seu tique-taque e para Jeffrey Wright foi um Beetee perfeito. Mas os maiores destaques do novo elenco foi Sam Claflin com seu Finnick perfeito (eu já o adorava, depois desse filme fiquei apaixonada). Sam soube dar o toque perfeito para o personagem, dando duas personalidades totalmente contrárias: a pinta de "eu sou o cara” e a doçura em relação à Mags e Annie. Sam realmente surpreendeu como Finnick e não vejo como alguém poderia ter sido melhor. Mas a que realmente roubou a cena foi Jena Malone. Tenho que admitir que eu não havia gostado da escolha da atriz por ser um pouco diferente da descrição do livro, mas ela conseguiu me fazer mudar de opinião e ainda por cima se tornar uma das minhas preferidas. Em TODAS as cenas que Jena aparecia, ela conseguiu roubar a cena. Sua interpretação meio ousada e rebelde se destacou e a atriz merece aplausos (quem não amou a cena do elevador?). 

A trilha sonora também merece destaque. As músicas mais marcantes do primeiro filme permaneceram e as novas ficaram na medida certa. Souberam explorar as músicas de modo perfeito e encaixá-las no filme de forma certa. 

O filme foi extremamente fiel aos livros (a melhor adaptação que já vi), o que me deixou extremamente feliz. A única cena que realmente senti falta foi o Plutarch mostrando o relógio para a Katniss, mas fora isso, foi perfeito. Uma parte que gostei bastante, mesmo que rápida, foi ver Mags se voluntariando no lugar de Annie, dando-nos um vislumbre da amada de Finnick. 

Em relação à emoção, posso dizer que esse foi muito mais emotivo. No primeiro filme, as únicas cenas que realmente me emocionaram foi Katniss se oferecendo no lugar de Prim e a morte de Rue. Já Em Chamas conseguiu me fazer chorar praticamente de dez em dez minutos. Francis Lawrence soube mesclar as cenas de humor, romance e impacto de forma perfeita, e em um minuto você estava rindo e no próximo aos prantos. Teve vários momentos no filme em que eu mal conseguia ficar na cadeira de tanta emoção e eu me arrepiei em várias cenas, em especial a última cena, quando o símbolo do Tordo vira o símbolo de A Esperança (sério, esse diretor quis me matar!). 

O que tenho a dizer, no fim, é que o filme foi mais do que muitos esperavam e o final deixou com um gostinho de “quero mais” que deixou todos aflitos. Sinceramente, não sei como sobreviverei até sair o próximo filme. 

Obs: Algo que realmente me emocionou foram os momentos que os fãs levantavam as mãos fazendo_|||_. Isso realmente me deu arrepios. Os aplausos e gritos no final do filme também foram lindos!

Mavi Tartaglia






sábado, 5 de outubro de 2013

CRÍTICA: A GAROTA QUE EU QUERO



A GAROTA QUE EU QUERO




Sinopse: “O Rube nunca amou nenhuma delas. Nunca se importou com elas. Nem é preciso dizer que Rube e eu não somos muito parecidos em matéria de mulher. Cameron Wolfe é o caçula de três irmãos, e o mais quieto da família. Não é nada parecido com Steve, o irmão mais velho e astro do futebol, nem com Rube, o do meio, cheio de charme e coragem e que a cada semana está com uma garota nova. Cameron daria tudo para se aproximar de uma garota daquelas, para amá-la e tratá-la bem, e gosta especialmente da mais recente namorada de Rube, Octavia, com suas ideias brilhantes e olhos verde-mar. Cameron e Rube sempre foram leais um com o outro, mas isso é colocado à prova quando Cam se apaixona por Octavia. Mas por que alguém como ela se interessaria por um perdedor como ele? Octavia, porém, sabe que Cameron é mais interessante do que pensa. Talvez ele tenha algo a dizer, e talvez suas palavras mudem tudo: as vitórias, os amores, as derrotas, a família Wolfe e até ele mesmo.”

Esse é o terceiro livro da história dos irmãos Wolfe, mas aqui no Brasil, apesar dos anteriores terem sido lançados, não foi tão divulgado e teve tanta repercussão quanto esse. Eu não li os dois primeiros e por isso digo que quem não leu e quiser ler esse, não faz mal. O livro se foca na história de Cameron e Octavia e nenhum detalhe é perdido no meio do caminho. 

Eu ainda não conhecia o trabalho de Markus (mas A Garota que Roubava Livros está aqui na minha estante esperando ser lido), por isso a experiência para mim era única, mas já ouvi muitos comentários sobre a escrita dele, por isso fiquei surpresa quando no começo eu não gostei do livro. Achei a escrita meio vazia (talvez pelo modo que ele escreve e que ainda não estou acostumada) e o protagonista achava meio irritante e infantil. 

As primeiras páginas foram difíceis para eu ler, apesar da escrita ser simples e fluida. A história estava começando a ficar mais interessante e então, a surpresa. De repente, eu estava amando a história de Camron, o modo que Markus escrevia começou a me fascinar e rapidamente me vi totalmente envolvida com o livro. E fico ainda mais presa quando Cam muda suas ações e se cansa de ser um pobre coitado. De repente, Cameron Wolfe tem fome. 

Depois disso, o livro começa a fluir rapidamente e você se apaixona pela história. Para mim, era quase impossível largar o livro e ficava a todo o momento surtando. Markus Zusak conseguiu ganhar um lugar no meu coração com palavras arrebatadoras. 

O que mais gostei no livro, além da escrita, foi o modo que todos os personagens cresceram. Um lado que ninguém conhecia de Cameron é revelado e de perdedor, ele passa a ser um garoto que ensina lições de vida para todos. Seu irmão Rube, aos poucos, começa a criar um pouco mais de juízo e Steve, no meu ponto de vista, é um dos que dá o maior salto, vendo o tempo todo como ele estava errado em relação a sua família. 

Esse é o tipo de livro que você poderá ter uma depressão pós lê-lo (eu tive e li a última página me segurando para não chorar). A Garota que Eu Quero é um livro meigo, bem escrito e que terá o poder de te surpreender. 

“A gente pode fazer qualquer coisa quando não é real. Quando é real, não há nada para conter a queda. Nada entre você e o chão, e, naquela noite no parque, eu nunca me sentira tão real. Nunca me sentira tão sem controle.”

“— Você já ouviu um cachorro chorar, Steve? Sabe como é, uivar tão alto que quase chega a ser insuportável? — Ele fez que sim. — Acho que uivam assim porque estão com tanta fome que chega a doer, e é isso que sinto em mim, todos os dias da minha vida. Tenho uma fome enorme de ser alguma coisa, de ser alguém.”

“Há inúmeros momentos a serem lembrados, e às vezes acho que não somos pessoas, na verdade. Talvez sejamos momentos. Momentos de fraqueza, de força. Momentos de salvação, de tudo.”

Nota: 4 estrelas

Mavi Tartaglia

CRÍTICA: DESASTRE IMINENTE


DESASTRE IMINENTE

Sinopse: “Travis perdeu a mãe muito cedo, mas, antes de morrer, ela lhe ensinou duas regras de vida - ame muito, lute mais ainda. Tendo crescido em uma família de homens que gostam de jogos e lutas, Travis Maddox é um cara durão. Musculoso e tatuado, bad boy até o último fio de cabelo, ele leva uma mulher diferente para casa a cada noite. Até conhecer Abby Abernathy. Determinada a se manter longe de problemas, Abby resiste com todas as forças ao charme de Travis, sem saber que assim só o deixa mais determinado a conquistá-la. Será que o invencível Travis 'Cachorro Louco' Maddox vai ser derrotado por uma garota?”

Desastre Iminente é a história de Belo Desastre contada pelo ponto de vista do protagonista masculino, Travis, o que deixou o livro ainda melhor (na minha opinião, existe algo em livros que o ponto de vista masculino é sempre melhor). 

O livro já começa arrebentando seu coração com o acontecimento da morte da mãe de Travis. Já pequeno, Travis tem o poder de nos fazer nos apaixonarmos por ele. O começo, assim como Belo Desastre, achei meio apressado e alguns acontecimentos são contados muito por cima, o que nos deixa meio confusos (principalmente quem não leu Belo Desastre), mas tirando esse pequeno detalhe, o livro é maravilhoso. 

O começo achei meio apressado. O modo como eles se conhecem é um pouco rápido e Travis se intriga com Abby rapidamente, sabendo que havia algo a mais nela. Acho que a autora podia ter explorado mais esse lado que o deixou intrigado. O começo da narrativa compensa porque vemos mais do Travis canalha e sua filosofia de ter uma mulher a cada dia e o que ele acha do amor, sendo que nunca se apaixonara, o que torna a narrativa mais intrigante e interessante. 

Depois de algumas páginas, a narrativa começa a fluir mais. Os sentimentos de Travis ficam mais expostos e conseguimos o entender mais. Gostei bastante de ver mais do relacionamento dele com Shepley que mais se parece com um irmão do que primo. Vemos que muitas das burradas de Travis são concertadas por seu primo, que é o único que de algum modo consegue domar um pouco o gênio do Travis em situações tensas. 

Outros relacionamentos também são mais explorados. Podemos ver a relação de Travis e America antes de Abby e depois de Abby, algo que diferencia bastante. No começo, os dois até que se relacionavam bem, eram amigos. Depois posso dizer que conseguimos ficar até com um pouco de raiva de America que culpa Travis por tudo (tudo bem que ele faz um monte de merda), mas ela nunca considera o que Abby faz de errado e isso fica mais evidente com o ponto de vista do Trav. A família de Travis também aparece mais e é impossível não se encantar mais por eles. Vemos a relação próxima do Trav com os irmãos, sua relação com o sábio pai e as dificuldades que passaram depois que sua mãe morreu.

A leitura é muito mais intensa que em Belo Desastre. A cabeça de Travis é uma explosão de sentimentos. O começo ele não sabe explicar o que sente e com o tempo, quando começa a entender, é encantador de um modo diferente. Seus sentimentos paralelos conseguem despertar sentimentos fortes enquanto você está lendo. Você passa a entender melhor suas atitudes, a sua possessividade, sua raiva, sua paixão e toda a confusão que ele sente em torno de Abby por amá-la, mas não se sentir bom o suficiente para ela. É bem mais dramático e romântico, é bem mais tenso e fofo, tudo ao mesmo tempo. O amor montanha-russa de Travis e Abby é ainda mais montanha-russa e você vai passar rapidamente do sentimento de fofura para irritação e não somente em relação ao casal principal. Se você achava que Belo Desastre era muita carga emotiva, com Desastre Iminente vai ser ainda mais.

Outro ponto a favor de Desastre Iminente é que ele consegue te emocionar mais. Agora que tenho esse livro para comprar, posso dizer que o que me irritava na versão descrita pela Abby agora ficou muito mais evidente. Já em Desastre Iminente, até os surtos de Travis consegue te fazer se emocionar, porque ao mesmo tempo em que ele está borbulhando de raiva ele está desesperado com a confusão de sua cabeça e é tão lindo ler isso que chega a te emocionar. Muitos momentos desse livro me deixou com lágrimas nos olhos com os sentimentos de Travis Maddox. Mas o mais importante desse livro é que vemos o que há por debaixo da armadura de Travis “Chachorro Louco” Maddox e é uma das melhores experiências dos dois livros. 

Mais uma coisa que eu gostei foi o Epílogo do livro que conta mais da história de Travis e Abby depois de alguns anos e que é adorável! Minha boca caiu ao ver o que consistia esse capítulo. UM VIVA PARA A JAMIE!

No todo, Desastre Iminente tem muitos pontos positivos e o livro é melhor que Belo Desastre. Quem leu o primeiro e acha desnecessário o ler, recomendo que reconsidere. Sua mente ficará muito mais clara depois da leitura pelo ponto de vista do Travis e posso garantir que se amor pelos protagonistas e outros personagens irá elevar (sim, isso é possível). 

“Embora nós dois tivéssemos feito o outro passar pelo inferno, tínhamos encontrado o céu. Talvez isso fosse mais do que um casal de pecadores merecesse, mas eu é que não iria reclamar.” (Travis Maddox)

Nota: 4,5 estrelas



Mavi Tartaglia

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Dinheiro X Felicidade





Dinheiro X Felicidade



Muitas pessoas dizem que o dinheiro não compra a felicidade. E apesar de a maioria acreditar nisso, muitas vezes na vida paramos para nos perguntar se isso é realmente verdade. 

Quando falamos sobre felicidade e dinheiro, vários questionamentos são levantados, como “Será que ricos são mais felizes? Ou será que são os pobres?” E então grandes debates começam, seguindo esse pensamento.

É comum vermos pessoas ricas sozinhas, infelizes, com depressão; assim como é comum ver pessoas pobres felizes com o que possuem. Mas também é possível ver o inverso dessas situações. E a pergunta que realmente fica é: o quanto o dinheiro afeta a felicidade?

Falar que o dinheiro não é importante é um pouco de hipocrisia. Ele é importante sim quando é ele que nos proporciona moradia, o que comer e a base de nossa saúde. No mundo em que vivemos hoje, para se viver com o mínimo de decência em relação a sobrevivência, é preciso de dinheiro para adquirir isso. 

Mas ao mesmo tempo, dinheiro não é tudo em nossa vida. Um momento ao lado de seus amigos contando piadas, uma pessoa especial, um sorriso que você consegue colocar nos lábios dos outros, são tão importantes para a sobrevivência das pessoas quanto o dinheiro, mas nesse caso, estamos falando da sobrevivência das pessoas como seres humanos, não apenas pessoas.

Apesar do dinheiro não poder comprar a felicidade, ele pode ajudar a trazer em alguns casos. O dinheiro pode não comprar a cura de várias doenças, pode não trazer alguém de volta a vida, mas quantas vezes já vimos a vida de uma criança que não tinha dinheiro para comprar um remédio ou pagar um tratamento caro ser salva através de uma doação? O quanto esse dinheiro fez a felicidade de uma mãe?

Vemos muitas pessoas ricas fazendo doações, ajudando causas e criando ONGs em prol de diversas coisas. Talvez seja porque elas possuem muito dinheiro e querem se desfazer um pouco dele. Ou talvez seja porque algumas pessoas sabem que o dinheiro pode sim comprar algumas coisas, como a felicidade de uma mãe ao ver o filho ser salvo ou o sorriso de uma criança por ganhar um caminhão de plástico, mesmo que seja o mais simples.

A grande questão é que o dinheiro não compra a felicidade, pelo menos não completamente, mas todos precisam dele, mesmo que seja o mínimo. Onde quero chegar é que o dinheiro não é essencial, mas é preciso. O problema da humanidade é que não sabemos até que ponto podemos chegar para garantir nossa felicidade verdadeira, até que ponto o dinheiro deixa de ser algo para a sobrevivência e vira algo que te faz dependente, fazendo-nos acreditar que precisamos dele para tudo, até para sermos felizes, quando isso não é verdade.

A linha que separa o dinheiro da felicidade é muito tênue e por isso, nós, seres humanos errantes, a atravessamos sem perceber, sem notar o quanto o dinheiro pode ser destrutivo quando não usado sabiamente. 

Se vivêssemos em um mundo onde a sobrevivência básica não dependesse do dinheiro, com certeza seriamos muito mais felizes. Não conheceríamos a ganância, o desejo de ter coisas materiais. Teríamos o necessário e o importante seria conseguir a felicidade através de pequenos gestos.

Mas mesmo nesse mundo, quando perguntamos o que é a verdadeira felicidade, o que te faz realmente feliz, a maioria não responderia um carro, ou uma casa. A maioria responderia que o que os faz feliz é ver o pôr do sol, ouvir o riso do filho, acordar todos os dias ao lado do amado. Essas pequenas coisas. E isso não seria o suficiente? Para mim, sim. E é quando acreditamos nessas pequenas coisas que nos fazem felizes, é que deixamos de existir, e começamos a viver. 

Então, quando a questão é qual é mais importante, dinheiro ou felicidade, temos que dizer os dois. É impossível sobreviver sem um ou outro. Mas o que é essencial é a felicidade. Essa sim pode transpor barreiras e te mostrar o verdadeiro sentindo da vida. Porque não adianta nada ter dinheiro quando não se é amado ou tem a quem amar, transformando a vida em algo que apenas deve ser vivida, e não sentida. 

“Eu sonhei um sonho em um tempo passado

Quando as esperanças eram grandes e a vida valia ser vivida (I Dreamed a Dream)”

Mavi Tartaglia

quarta-feira, 24 de julho de 2013

CRÍTICA INSURGENTE


Insurgente
            Sinopse: “Na Chicago futurista criada por Veronica Roth em Divergente, as facções estão desmoronando. E Beatrice Prior tem que arcar com as consequências de suas escolhas. Em Insurgente, a jovem Tris tenta salvar aqueles que ama - e a própria vida – enquanto lida com questões como mágoa e perdão, identidade e lealdade, política e amor.” 
            Insurgente começa exatamente onde Divergente parou. Ao contrário dos outros livros que geralmente dão um espaço de tempo, o segundo volume da trilogia começa no ponto exato de onde o primeiro começo.
            O segundo livro é tão viciante quanto o primeiro. A leitura continua fluindo e para quem se desapontou com o pouco romance no primeiro, somos compensados com Tris e Tobias se aproximando mais em Insurgente. Infelizmente, com o aumento do romance, temos o aumento de discussões entre os dois. Ao mesmo tempo que são diferentes, Tobias e Tris são muito parecidos em suas personalidades, principalmente por serem cabeça dura. Quase todas as discussões que eles têm é porque são teimoso e nenhum dos dois querem ceder e mostrar que estão errados.
            Insurgente se foca principalmente no governo, mostrando como as facções estão frágeis e que não são realmente como mostradas. Ao mesmo tempo, temos grande foco em Tris que se sente culpada pelos acontecimentos de Divergente.
            Neste livro, nos deparamos com os sem-facção, que passei o livro inteiro com um pé na frente e outro atrás, não sabendo se suas atitudes eram o que Tobias achava ou o que Tris acreditava. O foco principal se encontra em uma informação que Marcus tem e que o governo da Abnegação estava tentando proteger o tempo todo até que a Erudição a conseguiu. O livro o tempo inteiro se foca nesse assunto com Tris indo a busca dessa informação que tem a capacidade de mudar tudo enquanto tem que escolher entre o amor e o inimigo.
            Senti que nesse livro os personagens ficaram muito mais complexos. Em Divergente, sempre tive minhas duvidas em relação a Cristina, Al e Will, que tinha hora que eram amigos dela e em outro momento estavam bravos com a mesma. Sempre me simpatizei mais com o grupo de Uriah e em Insurgente podemos ver como os amigos da Tris a tratam diante de tantas coisas difíceis que está acontecendo. A personagem da Cristina que irritou durante a maior parte do livro e somente no final consigo gostar dela novamente. Já o grupo de Uriah, é impossível não gostar da relação deles com Tris. Eles são aqueles tipos de amigos divertidos e que estão com você em qualquer situação.
            Outros personagens que me surpreendi foram Caleb, Peter e Jeanine. Pensei que Caleb seria aquele personagem que por ser irmão da principal, não apareceria muito, mas me enganei. E caramba, como valeu a pena ter ele nesse livro! Peter foi outro personagem que sempre tive um pé atrás. Ao mesmo tempo que sabia de sua inclinação para maldade, sempre achei que ele teria o potencial de surpreender e Veronica fez um trabalho brilhante com ele nesse livro. Já Jeanine é uma das vilãs que te deixa intrigada. Ela não é aquela pessoa má, mas uma pessoa totalmente fria e calculista e que não mede esforços para conseguir o que quer. Adorei ela ter ganhado um maior espaço nesse livro.
            Mas voltando ao casal principal, ambos me surpreenderam. Em Insurgente, vemos mais de Tobias e de como era a vida dele, passando a entender suas reações. Tenho que dizer que adoro o modo frio e duro dele, assim como amo os momentos em que ele demonstra mais seus sentimentos por Tris. Em minha opinião, Tobias foi o personagem mais bem montado por Veronica e um dos mais cativantes que já encontrei em livros. O tempo todo eu me pegava pensando o que se passava na cabeça do garoto, o que o modo como ele se comportava mostrava. O fato de ele ser tão teimoso quanto Tris só o deixou mais interessante. Algo que eu realmente gostaria de ver é a história em seu ponto de vista. Aposto que traria muitas surpresas.
            O único ponto baixo do livro foi Tris. Em Insurgente, perdemos aquela Tris corajosa que conhecemos em Divergente. A garota passa o tempo todo assombrada por sua culpa e isso seria bom se ela soubesse controlar, pois desperta sentimentos e ações diferentes na protagonistas. Mas Beatrice entrou em uma espécie de stress pós-traumático, perdendo a vontade de viver e tornando-se suicida. Ela me irritou MUITO nesse livro e a personagem pelo qual nos apaixonamos no primeiro livro só volta a ativa no final do livro, o que deixa um pouco a desejar. Espero que no último livro da triologia ela volte a ser a Tris que conhecemos em Divergente.
            Já os pontos altos do livro foram as cenas de ação que aconteciam a todo momento, te deixando extremamente ansiosa, a melhor introdução de alguns personagens que tinham potencial e principalmente, os momentos de surpresa. Posso dizer que passei o livro inteiro soltando OMG!!! com cada  coisa que você não esperava acontecendo. Esse livro é recheado de surpresas, principalmente o final que te deixa sem fôlego. Terminei o livro gritando de raiva, não acreditando que ele havia acabado. Agora que as coisas começavam a se explicar, termina daquele jeito sem fim e que te faz ter vontade de gritar com a autora.
            Insurgente com certeza foi melhor que Divergente e não vejo a hora de saber o que Veronica irá nos trazer no último livro.
            Obs: algo que realmente gosto nos livros da Veronica é que ela sempre consegue nos surpreender e fogo dos clichês. Estou adorando o fato de ela conseguir colocar obstáculos entre o romance dos protagonistas sem formar o famoso triângulo amoroso. Outra coisa que admiro nela é a coragem de matar os personagens. Ela não tem dó e a todo momento, um personagem está morrendo, te deixando de boca caída. Uma dica: NÃO SE APAGUE AOS PERSONAGENS DOS LIVROS.
            Aqui deixarei alguns trechos do livro que gostei.
            “Acho que choramos para liberar o nosso lado animal, sem perder a humanidade. Porque, dentro de mim, há uma fera que rosna, ruge e luta por liberdade, por Tobias, e acima de tudo, pela vida. Por mais que eu tente, não consigo matar essa fera.
            Por isso, apenas soluço, chorando e cobrindo o rosto com as mãos. “
            “ A tristeza não é tão pesada quanto a culpa, mas rouba mais de nós”
            “Descobri que as pessoas são compostas de camadas e mais camadas de segredos. Você pode achar que as conhece, que as entende, mas seus motivos estão sempre ocultos, enterrados em seus próprios corações. Você nunca as conhecerá de verdade, mas às vezes decide confiar nelas.

            Nota: 4,5 estrelas
            
Para ver a crítica do primeiro livro da série, Divergente: http://mavitartaglia.blogspot.com.br/2013/07/critica-divergente_22.html
            Mavi Tartaglia

segunda-feira, 22 de julho de 2013

CRÍTICA: DIVERGENTE


Divergente

Sinopse:Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em cinco facções – Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição – e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível. Beatrice cresceu na Abnegação, mas o teste de aptidão por que passam todos os jovens aos 16 anos, numa grande cerimônia de iniciação que determina a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas, revela que ela é, na verdade, uma divergente, não respondendo às simulações conforme o previsto.
A jovem deve então decidir entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é.
E acaba fazendo uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre sua vida, seu coração e até mesmo sobre a sociedade supostamente ideal em que vive.”
                Entrando na onda de livros distópicos, Divergente é mais um livro que se passa em um mundo futurista onde a humanidade é dividida em 5 facções com o objetivo de acabar com a guerra, pois essa acontecia devido a personalidade das pessoas.
                O livro se passa no ponto de vista da protagonista, Beatrice, que ao completar 16 anos tem que escolher uma facção, desistindo de sua família para ir a busca da facção que ela pertence (uma frase usada muito no livro é “facção antes do sangue”), sendo que ao escolher uma facção, você deve desistir de tudo, até de sua família.
                O problema começa quando o teste de Beatrice dá um resultado inconclusivo, o que significa que ela é uma Divergente, alguém que não tem uma facção certa como resultado. Mas aos olhos de todos um Divergente é alguém perigoso, por isso Beatrice tem que manter esse segredo enquanto deve fazer uma escolha que refletirá em seu futuro.
                A protagonista acaba escolhendo a facção da Audácia, onde constantemente sua coragem é colocada à prova e onde você tem que lutar com garras e dentes todos os dias para encontrar um lugar senão vira uma sem-facção (que seriam pessoas sem uma facção e que moram nas ruas).
                O ponto chave da história é que por Tris ser Divergente, ela nunca encontra um “lugar” na nova ou velha facção. Ela sempre está questionando o que as facções pregam, sempre se perguntando o que significa ser corajoso, inteligente, altruísta, franco e amigo. Você pode ser uma coisa sem ser a outra? Será que todos só temos uma coisa dentro de nós? Para ser algo, você tem que abandonar outra característica da sua personalidade? Um Divergente nunca é somente uma coisa e é ai que entra a grande questão de como o ser humano realmente é, do que nossos atos podem significar.
                Enquanto lia o livro, o tempo todo me pergunta em que facção acabaria caindo e sempre que chegava a uma conclusão, segundos depois mudava de opinião. O livro entra na sua mente de modo que você fica o tempo inteiro questionando suas atitudes e as atitudes das pessoas ao seu redor. Os personagens que compõem o livro sempre levantam uma questão que faz você ficar pensando sobre o verdadeiro significado das coisas.
                Em primeiro lugar, temos Tris que sempre está procurando as respostas sobre o que é ser uma Divergente e se temos um lugar certo no mundo. Four/Tobias é um personagem que facilmente nos intriga. Ele é bom ou mal? No começo do livro, o tempo todo me pegava tentando descobrir o que Four realmente era, qual sua verdadeira personalidade. Ele é um dos personagens que mais trazem questionamentos. Depois temos Eric, um personagem que rapidamente passamos a odiar. Ele é duro com todos e não tem piedade, o que nos leva a perguntar se isso é ser corajoso. A amiga de Tris, Cristina, é outra que me intrigou. Ela é muito transparente por ter vindo da Franqueza, algo que às vezes irritava, mas que acaba ganhando um lugar em nosso coração.
                Temos muitos outros personagens que nos intrigam. O que gostei bastante do livro é que a todo o momento um personagem acabava colocando algo que nos fazia pensar, algo que nos fazia ter outra visão da situação e o que significava cada facção.
                O livro, apesar de ser grande (500 páginas) é fácil de ler (este foi um dos livros que devorei e não parei a leitura até termina-lo). A autora narra os fatos de modo que te prende na narrativa e a todo o momento algo novo está acontecendo, então não temos tempo para pensar e para digerir todas as informações, o que agiliza a leitura, mas ao mesmo tempo deixa um vazio na narrativa por não explicar muito as coisas, como o que está acontecendo com o mundo fora de Chicago. Você vai parar para pensar nos acontecimentos só depois que termina o livro, quando sua mente se estabiliza.
                As mortes que acontecem nos livros também não te chocam muito pelo fato de você não conseguir ter uma ligação muito forte com os personagens devido a grande quantidade de informação que é colocada no livro. O romance, apesar de estar na história, só ganha mais espaço no final do livro, o que me deixou meio triste porque queria ver mais da Tris com o Tobias (que se mostrou um personagem muito cativante).
                Enfim, as falhas do livro são mínimas e a história te envolve tanto que você nem chega a dar muita atenção para isso. Insurgente, o segundo volume da série, já está aqui comigo para ler e espero que seja tão bom quanto o primeiro.
                Obs: Se você gosta de frases de efeito (eu sou APAIXONADA por frases assim), vai adorar o livro. Ele está recheado de frases desse tipo.

                Obs2: Os direitos da trilogia já foram comprados para virar filme e o primeiro, Divergente, já foi até gravado (inclusive ele teve um painel da Comic Com deste ano). O elenco principal me decepcionou um pouco, principalmente o Four/Tobias. O ator é bonito e tal, mas não é o que eu imaginava. Espero que sua atuação seja boa e me faça mudar de opinião. O filme chega aos cinemas no começo de 2014.
                Nota: 4 estrelas
Mavi Tartaglia

quinta-feira, 13 de junho de 2013

CRÍTICA INFERNO, DAN BROWN


Inferno

Sinopse: “Neste novo e fascinante thriller Dan Brown retoma a mistura magistral de história, arte, códigos e símbolos que o consagrou em O código Da Vinci, Anjos e demônios e O símbolo perdido e faz de Inferno sua aposta mais alta até o momento. No coração da Itália, Robert Langdon, o professor de Simbologia de Harvard, é arrastado para um mundo angustiante centrado em uma das obras literárias mais duradouras e misteriosas da história: O Inferno, de Dante Alighieri. Numa corrida contra o tempo, Langdon luta contra um adversário assustador e enfrenta um enigma engenhoso que o arrasta para uma clássica paisagem de arte, passagens secretas e ciência futurística. Tendo como pano de fundo o sombrio poema de Dante, Langdon mergulha numa caçada frenética para encontrar respostas e decidir em quem confiar, antes que o mundo que conhecemos seja destruído”.
Até que enfim consegui ler esse livro. Estava quase tendo um ataque de tanto desespero enquanto aguardava o lançamento e a chegada do livro. Quando chegou Inferno, tive que parar de ler o outro livro que estava mergulhada para entrar no incrível e magnifico mundo de Dan Brown mais uma vez.
Como admiradora das artes, principalmente as obras antigas, desde que O Código Da Vinci me apaixonei pela escrita de Dan Brown, que mistura além de história da arte, mistério e ficção cientifica – o que na minha opinião, é uma mistura perfeita.
Inferno me cativou desde que fiquei sabendo da sinopse, sendo que a trama inteira seria baseada em um grande clássico da literatura, A Divina Comédia. Ao começar a ler o livro, rapidamente você reconhece a ação e mistério que marca as obras do autor.
Algo que gosto nos livros de Dan Brown, principalmente os protagonizados por Robert, é a forma como seus protagonistas sempre vencem desafios que parecem ser invencíveis usando a inteligência, lógica e conhecimento. Em Inferno, vemos muito disso, não só da parte de Robert, mas também de Sienna, que está sempre surgindo com ideias geniais.
Acredito que um dos pontos fortes do livro é a critica social devido à população do mundo que tende a aumentar cada vez mais. Dan Brown trata o assunto de um modo que é impossível você não parar e pensar, imaginando o que o futuro nos aguarda.
Outro ponto forte são os vilões, em especial o principal, que nos surpreende com sua forma de pensar e seus atos para conseguir o que quer. No começo, você luta contra as ideias dele, mas logo começa a entendê-lo melhor. Creio que esse é um dos vilões mais bem criado que já li. Como o próprio Dan Brown disse, "o vilão mais interessante é aquele que faz a coisa errada pela razão certa."
Inferno me surpreendeu de uma forma que eu não esperava. A trama vai te prendendo de um modo que você fica desesperado para saber como Robert vai se safar do próximo problema, ao mesmo tempo que não vê a hora de saber o grande desfecho.
A história foi muito bem escrita, intercalando os momentos do passado e presente, encaixando devagar as peças do quebra-cabeça e te deixando cada vez mais de boca caída. O final foi de tirar o fôlego, revelando coisas que você nunca imaginaria que fosse acontecer. Eu realmente fiquei revoltada e em choque, nunca imaginando que a trama iria por esse caminho. Prepare-se para o final de tirar o fôlego e te deixar de boca caída.
Bem no finalzinho do livro, quando finalmente é revelado o que aconteceu, tenho que dizer que fiquei um pouco decepcionada, mas ao mesmo tempo adorei o desfecho. Spoiler: Fiquei decepcionada porque esperava por outra coisa, como uma grande doença ou que Robert conseguisse impedir que o conteúdo vazasse. Em contrapartida, tenho que dizer que o final dado é algo que NINGUÉM imaginaria. Apesar da pequena decepção, o final foi genial, colocando tudo nos eixos e achando uma solução para o problema apresentado.
Ao terminar o livro, o que Dan Brown pregou ficou em minha mente e acredito que na da maioria das pessoas que lerem. É impossível não parar pelo menos por um segundo para pensar e até mesmo discutir.
Ao todo, o livro foi muito bom. Alguns momentos, a trama é um pouco cansativa devido às explicações de obras e lugares, mas é algo importante para entender a trama. Mesmo assim, Dan consegue voltar o ritmo alucinante rapidamente.
Uma dica: quem puder, leia com o google aberto ao lado. É de muita ajuda para pesquisar as imagens e lugares apresentados no livro, ajudando a entender melhor a trama. Isso vale para todos os livros de Dan Brown.

Nota: 4,5 estrelas

Mavi Tartaglia


segunda-feira, 3 de junho de 2013

LIVRO LIBERTA-ME


Sinopse: Liberta-me é o segundo livro da trilogia de Tahereh Mafi. Se no primeiro, Estilhaça-me, importava garantir a sobrevivência e fugir das atrocidades do Restabelecimento, em Liberta-me é possível sentir toda a sensibilidade e tristeza que emanam do coração da heroína, Juliette. Abandonada à própria sorte, impossibilitada de tocar qualquer ser humano, Juliette vai procurar entender os movimentos de seu coração, a maneira como seus sentimentos se confundem e até onde ela pode realmente ir para ter o controle de sua própria vida. Uma metáfora para a vida de jovens de todas as idades que também enfrentam uma espécie de distopia moderna, em que dúvidas e medos caminham lado a lado com a esperança, o desejo e o amor. A bela escrita de Tahereh Mafi está de volta ainda mais vigorosa e extasiante.

Bem, eu não estava aguentando mais esperar esse livro lançar logo no Brasil para eu terminar de devorar a continuação da maravilhosa série Estilhaça-me. Resisti até o último minuto para não ler o livro pela net e valeu a pena. Como no primeiro livro, devorei-o em poucas horas, ficando louca a cada página lida.
Neste livro, passamos a conhecer Juliette de uma forma que antes não podíamos. Sem ser prisioneira, a jovem mostra uma personalidade muitas vezes frágil e até irritante, o que no começo me incomodou, mas ao passar do livro, vemos a protagonista desenvolvendo sua personalidade e deixando um pouco de ter dó de si mesma.
Liberta-me foi um livro que trouxe grandes surpresas em relação a TUDO. Primeiro tem a relação de Juliette e Adam que pensamos que vai dar tudo certo, mas chega com uma bomba! Depois temo revelações tanto do passado de Adam quanto de Warner, o que pode ser ainda mais surpreendente.
Apesar de Warner ter ganhado o coração de muitas fãs nesse livro – e admito que um pouco do meu – não gostei muito das mudanças que a autora fez, agora o colocando diretamente no triângulo amoroso. Apesar de ele saber ser um fofo e MUITO bonito, o primeiro livro me fez ter a visão dele como um vilão perfeito, aquele vilão que não mede esforços para conseguir o que deseja e Liberta-me estraga um pouco isso, trazendo uma outra faceta do vilão a tona que pode surpreender muita gente. Apesar de ter gostado desse novo lado de Warner, ainda prefiro ele como o vilão psicopata que tinha TUDO para ser o ápice do livro, mas que acabou sendo jogado para o meio de um triângulo amoroso – acho que a autora podia ter deixado ele vilão e ter trazido outro aspecto para a relação de Adam e Juliette, não ficando tão previsível e nos surpreendendo mais uma vez.
Gostei muito da introdução de novos personagens e poderes, esperando além do mundo futurista, um mundo sobrenatural. Kenji conseguiu ganhar meu coração a cada página lida e com ele a diversão no livro é garantida.
Nesse livro teve muito mais cenas de ação, assim como teve mais dramas, o que no começo foi meio irritante, mas que depois abriu um leque de possibilidades. O final foi meio vago por ser no ponto de vista de Juliette e muitas perguntas ficam em sua mente, questões que espero que sejam exploradas no próximo livro.
A escrita da autora foi como sempre surpreendente, daquele jeitinho que só ela sabe escrever, emendando frases e tirando virgulas, te deixando quase tão louca quanto Juliette.
Espero que o último livro seja tão bom quanto os dois primeiros, explorando mais o triângulo amoroso – já que ela pôs – e também a guerra em si, além de explorar mais o Ponto Ômega. Tem muita gente que vai discordar, mas espero ver pela menos um pouco do Warner vilão que foi apresentado no primeiro livro.

Nota: 4 estrelas


sexta-feira, 26 de abril de 2013

CRÍTICA: PANDEMÔNIO



Pandemônio
Sinopse: Dividida entre o passado — Alex, a luta pela sobrevivência na Selva — e o presente, no qual crescem as sementes de uma violenta revolução, Lena Haloway terá que lutar contra um sistema cada vez mais repressor sem, porém, se transformar em um zumbi: modo como os Inválidos se referem aos curados. Não importa o quanto o governo tema as emoções, as faíscas da revolta pouco a pouco incendeiam a sociedade, vindas de todos os lugares… inclusive de dentro.
            No começo eu estava meio desanimada para ler esse livro. O primeiro livro, apesar de ser bom, havia me deixado meio decepcionada com a narrativa. Mesmo assim, eu estava louca para saber a continuação porque Delírio acabou no momento perfeito (só porque a narrativa estava começando a melhorar).
Mas então eu fui pega de surpresa. Logo no começo, já é possível perceber que as falhas de narrativa que existiam em Delírio haviam sido superadas: a autora não fica mais presa à mesma coisa, a narrativa de monótona vai para ágil.
O segundo livro é totalmente diferente no primeiro. Enquanto o primeiro tinha como cenário as cidades onde a cura era algo comum, agora nos encontramos na Selva entre os Inválidos com a própria Lena se tornando uma.
Logo no começo, você já é pego pela narrativa. As dificuldades e sentimentos de Lena são muito bem descritos, tanto os sentimentos em relação a Alex que ela acredita estar morto quanto seus sentimentos em relação à Selva que aos poucos começa a se tornar seu lar.
Houve dois pontos positivos nesse livro: a narrativa. Como disse antes, agora ela está ágil e acredito que isso seja pelo modo como os capítulos foram montados: antes, contando o que Lena passa na Selva até ela moldar a nova Lena, e o agora, contando o que está acontecendo no momento. Os capítulos foram escritos de modo que terminavam na parte mais importante e você queria saber o que aconteceria a seguir, mas o capítulo seguinte dava continuação ao capítulo anterior, o que me deixava desesperada e me fazia ler mais rápido.
O segundo ponto foi a entrada de novos personagens com MUITO potencial. Alguns foram explorados pouco nesse livro, mas vemos que eles terão grande espaço no terceiro e último livro da série.
Agora dois personagens que fizeram falta foram Hana e Alex. Alex ao mesmo tempo que foi bom, foi ruim. Foi bom porque o livro acaba de forma inesperada e nós passamos o livro inteiro acreditando que ele estava morto. Agora Hana eu acho que fez muito falta. Além de ser melhor amiga de Lena, ela é uma personagem que desde o primeiro livro vemos que tem potencial para se tornar uma Inválida e lutar contra o governo.
Uma coisa que me irritou muito nesse livro em alguns momentos foi o modo que Lena se comporta em relação à Juliam. Ela está se apaixonando por ele, algo que já me irrita porque sou Team Alex, mas algo que me deixou extremamente nervosa foi o modo como o tempo todo ela está comparando os dois personagens, mesmo eles sendo totalmente paralelos.
            Assim como em Delírio, a autora terminou o livro em um ponto chave, o que me deixa ainda mais ansiosa para ler o terceiro livro. Eu terminei esse livro em choque e desesperada por mais. Sabe a depressão pós-livro que acontece às vezes com leitores? Eu tive após terminar Pandemônio.
            Até agora estou chocada com o quanto eu gostei desse livro – principalmente por não ter gostado tanto do primeiro. Como eu disse para a minha amiga: “Eu não esperava me apaixonar por esse livro. Não era para eu me apaixonar.”
            O final deixou muitas perguntas em aberto que com certeza serão exploradas no terceiro livro, deixando-o ainda melhor que Pandemônio. Em primeiro lugar, vamos ver a luta de Lena para saber com quem vai ficar: Alex ou Juliam. Em segundo, vamos descobrir mais do paradeiro da mãe dela e em terceiro, o grande clímax do que acontecerá com o governo e se eles conseguirão lutar contra a cura e erradicar com ela de vez.
            Enfim, não vejo a hora de ler o último livro (vou me segurar para não baixar) e saber o gran finale dessa história.
            Há pouco tempo saiu notícia de que os livros seriam adaptados para uma série de TV da Fox. As gravações já começaram e temos no papel principal a atriz Emma Roberts. Haverá algumas mudanças (que acredito que serão até melhores), mas também será fiel pelo que vi. Não vejo a hora de estrear.
            Nota: 5
 Para quem quiser, a crítica de Delírio, primeiro volume da série: http://mavitartaglia.blogspot.com.br/2012/06/livro-delirio.html

 Mavi Tartaglia



Guardiões da Galáxia Vol. 3 - Uma despedida agridoce

  Guardiões da Galáxia Vol. 3 chegou nesta quarta-feira (04/05) aos cinemas para fechar a trilogia do grupo, dirigido e roteirizado por Jame...