quarta-feira, 14 de junho de 2017

Crítica A Bela e a Fera 2017




Desde que o Live Action de a Bela e a Fera foi anunciado, a expectativa era grande – e aumentou ainda mais depois que Emma Watson foi anunciada no papel da protagonista. A animação é um dos grandes clássicos da Disney e talvez um dos mais conhecidos e a cada notícia o coração acelerava.

Para quem espera uma história diferente, não perca o tempo assistindo. O filme é extremamente fiel ao desenho, incluindo todas as músicas. Porém essa versão tem algumas diferenças. O roteiro conseguiu humanizar os personagens, contando suas histórias do passado para mostrar como eles chegaram a ser o que são – entendemos agora o pai de Bela e como eles foram para no vilarejo; mas o mais importante, vemos de onde veio a personalidade do príncipe amaldiçoado. Além de mostrar histórias além, foi possível conectar algumas pontas que ficam soltas na animação, como por exemplo como nunca ninguém estranhou o fato de ter um castelo perto do vilarejo ou nunca o mencionar.

O elenco está magnifico. Luke Evans rouba a cena com um Gaston egocêntrico e que mostra sua crueldade ao decorrer do filme. Dan Stevens também está ótimo em seu papel como Fera. Para mim, ambos os atores estão excelentes em seu papel. Dan me surpreendeu porque não o conseguia e fazer o papel da Fera, que seria todo de efeitos especiais, não é algo muito fácil. Emma Watson é a Bela escrita dos desenhos e em personalidade, porém achei sua atuação a mais fraca de todo o elenco. Parece que ela não saiu das atuações já conhecidas, trazendo as mesmas caras e bocas. A atriz estava boa, mas comparada com o resto do elenco e atuações, acredito que ficou um pouco apagada. Josh Gad é outro que consegue roubar as cenas – e nos cativar – com seu LuFou, trazendo um constante alívio cômico. O restante do elenco também está bom, com os atores cumprindo bem seus papéis.

Para quem é fã da animação, irão reconhecer todas as músicas do desenho que se encarregam de trazer toda a magia de volta. Toda vez que uma música começava, era impossível não lembrar do antigo filme e da minha infância sentada em frente à TV assistindo o filme repetidas vezes. Mas o longa também traz canções originais para dar um toque nas partes novas do roteiro – o que ao meu ver funcionou muito bom. Você reconhece a animação, mas consegue uma profundidade maior. Os números teatrais estão maravilhosos e me trouxe um tom de saudade a cada música cantada. 

Outro ponto alto – senão o maior – é a direção de arte. Ela salta em nossa visão já no começo do filme, trazendo cenários e figurinos pomposos, mostrando que o filme iria carregar no visual – e ficou deslumbrante. Os cenários também conseguem passar uma certa magia desse mundo encantando. Detalhe para as diferenças sem maldição e com maldição; e como que com a vinda de Bela o castelo aos poucos começa a retornar à vida. Outra coisa que gostei muito do filme foi mostrar que o castelo em si estava amaldiçoado também, sendo destruído pouco a pouco conforme as pétalas caiam. Porém algo que me decepcionou muito foi o vestido amarelo. A cena mais conhecida da animação perder um pouco sua magia com um vestido que não foi nem um pouco tão grandioso quanto na animação. Depois do trabalho feito em Cinderela, esperava algo muito mais magnifico. 

Outro ponto baixo foi alguns efeitos especiais, em especial o efeito da Fera. Assim como o vestido, faltou grandiosidade. A Fera do desenho é muito mais marcante, grande, com um visual que ajuda a acompanhar sua crueldade do começo da história e que quer mostrar ao fim que não importa a imagem de fera, o que importa é o que está dentro. Muitos reclamaram desde quando foi lançada a primeira imagem do personagem e isso fica ainda mais evidente no filme. A atuação de Dan consegue salvar um pouco o personagem, mas conseguimos sentir que falta algo. Além disso, alguns outros personagens não funcionaram bem, como Zip e Madame Samovar – ficaram um pouco artificiais demais, o que prejudicou um pouco algumas cenas. 

O filme faz sua trajetória com pontos altos e baixos, todavia consegui sair satisfeita depois da sessão no cinema. Senti a magia, senti uma profundidade maior, mas o mais importante, senti nostalgia. A Bela e a Fera é minha animação favorita e ver essa versão deslumbrante em muitos momentos me fez voltar a infância. Me senti sentada novamente em frente à TV, vendo o filme em fita cassete, vestida com a fantasia da Bela. E não posso negar que alguns momentos me levaram às lágrimas.

A Bela e a Fera consegue homenagear seu antecessor, trazendo também um pouco de magia própria. Como eu disse, para quem espera uma versão diferente como Malévola foi de A Bela Adormecida, não perca seu tempo. Esse filme é para aqueles que querem ver a animação recriada em live action e nisso cumpre bem sua função. 


Mavi Tartaglia

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