sábado, 20 de outubro de 2012

A CULPA É DAS ESTRELAS


  Tenho que dizer que ouvi MUITAS críticas boas desse livro, e mesmo assim, no começo, eu não tinha vontade de lê-lo. Foi através de uma amiga, que estava curiosa sobre ele e que o queria ler, que me convenci de o comprar. E não me arrependi.
  "Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante — o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos —, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas."
    Posso dizer que este livro tem um doce toque de amargura. Logo nas primeiras páginas, você vê que o livro tem um bom toque de humor, só que um humor um pouco negro. Hazel é uma adolescente de 16 anos que descobriu que tem um câncer que afeta seus pulmões e graças a um novo tratamento, ela poderá viver por um pouco mais de tempo, mas ainda sim, ela tem a certeza que o dia de sua morte não irá demorar para chegar. Augustus tem 17anos, tem câncer nos osso e já teve que amputar uma de suas pernas. Seu quadro está estável, mas ele sabe que a vida é incerta demais para pensar que seu câncer não irá voltar.
     E o humor vem justamente dessa situação: dois adolescentes que tem câncer que acabam se conhecendo por acaso e começam a viver um romance. Eles vivem suas vidas com o máximo de intensidade que podem, sempre fazendo piada da própria doença, mostrando que mais do nunca, eles tinham que viver intensamente, antes que seja tarde demais. Em uma boa parte do livro, você ri com as situações cômicas que os personagens criam e com o humor negro deles.
      Em vários momentos do livro, você é posto em dilemas com os pensamentos dos personagens. Eles a todo o momento tentam fazer o máximo que podem com a vida que ainda têm e colocam em questionamento várias coisas, algumas até mesmo sem tanta importância.
      O livro é capaz de te envolver rapidamente. A leitura é muito fácil e a narrativa, apesar do tema, é leve, o que faz você não querer parar de lê-lo. O amor que Hazel e Augustus têm é algo especial, muito delicado, mas um amor que nem mesmo casais que estão juntos a nos têm.
    Terminei de ler o livro chorando compulsivamente, vendo o quanto era bonito o amor que Augustus sentia por Hazel e ela por ele. No final, é uma história triste, mas inspiradora. E eu me sinto extremamente sortuda por ter tido a oportunidade de ler essa história.
      O final me deixou decepcionada, não por ser ruim, mas por ser extremamente bom e bonito, mesmo que eu estivesse pensando entre lágrimas que aquilo não era justo. Até agora não me conformo com o final, mas imagino que se fosse de outro modo, o livro não seria tão perfeito.

"Meus pensamentos são estrelas que não são capazes de penetrar nas constelações.” Augustus Waters


Nota: 5 estrelas

Mavi Tartaglia


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

JÁ É TARDE

Minha professora de redação está sempre passando novas propostas para escrevermos textos. Muitas das propostas são de vestibular, principalmente da Unicamp. A partir de hoje, vou postar as redações que escrevi que achei que ficaram boas. Aqui vai a primeira delas.

Já é tarde
  Era treze de janeiro de 1996. Era feriado, todas lojas estavam fechadas e o frio fazia a maioria das pessoas ficarem dentro de casa. Se eu não tivesse que ir à farmácia, com certeza não teria saído de casa. Esperei o ônibus chegar no ponto pacientemente enquanto me abraça para tentar me proteger do frio.
   Assim que ele parou, alguns minutos depois, entrei rapidamente, tentando deixar o frio do lado de fora. Sentei-me no primeiro assento vazio que avistei e fui pega de surpresa ao ver um livro jogado no banco. O peguei com os dedos congelados e olhei para a capa. Era um livro de poesia de Ezra Pound. Com curiosidade, o abri e começei a folheá-lo, parando quando encontro um poema marcado.

Despedindo-se de um amigo

Montes azuis ao norte das muralhas,
Rio branco serpenteando em torno deles,
É aqui que devemos separar-nos
E prosseguir por milhares e milhares de léguas 
De capim morto.

A mente é ampla nuvem flutuante,
O crepúsculo é a despedida de velhas amizades
Curvadas sobre mãos dadas na distância 
Nossos cavalos rincham, um ao outro,
enquanto nos separamos.

    Olhei para o poema, ponderando as belas, mas tristes palavras. Sempre era difícil se despedir de um amigo. Comecei a virar as páginas, procurando algum outro poema que me chamasse atenção ou me revelasse mais sobre o dono do livro. Estava virando uma página quando um pequeno bilhete cai sobre o meu colo.

São Paulo, 13 de janeiro de 1996
Meu amigo
Também estou preocupado há tempo com suas reações. É bem verdade que seus problemas são muitos, e graves, mas sua morte certamente não é a melhor solução.
Entendo que você esteja cansado mais ainda há vínculos que o prendem à vida: pense nas mulheres que o amaram e naquela que ainda o ama. Penso nos amigos e na falta que você fará a eles - e principalmente a mim.
Pelo amor de Deus, não se precipite. Venha conversar comigo hoje, às quatro horas, em minha casa.
                 Fausto.
    Segurei o bilhete firmemente em minha mão por um segundo e olhei para o poema marcado mais uma vez, apesar de já o ter decorado de tantas vezes que o lera. Suspiro profundamente, pensando no que fazer.
      Devolvi o bilhete na página e folheio o livro. Ele já era velho, todo surrado, com páginas amarelas e marcas de leitura. Não encontro nada no livro até chegar a última página. Na contracapa, havia uma dedicatória.
     "Eu sei o quanto você odeia poesias, mas você me ama, portanto, não irá atirar esse livro pela janela. Há um poema neste livro que eu quero que você descubra. Vou te dar uma dica: era o poema que eu falava para Fausto no porto no dia em que nos conhecemos.
                Se você  não jogou o livro até agora, é um bom sinal.
                                                                                                        Lindsey Peterson"
Fiquei encarando o nome. eu o conhecia de algum lugar. Pedi para o motorista parar e desci na rua úmida. Tremi com o frio e me abracei mais forte. Daqui até o escritório onde estava estagiando eram duas quadras. Apressei meu passo e abaixei a cabeça devido o vento gelado.
      Devido ao feriado, o escritório estava vazio e escuro. acendi a luz e liguei a máquina grande que se chamava computador. Enquanto ligava, fui pegar um chá. Quando voltei, me sentei em frente à máquina ligada e e fui para os arquivos, procurando nomes começados com L. Dez minutos depois, encontrei Lindsey McCary, nome de casada e Lindsey Peterson, nome de solteira. ao lado de seu nome, estava a data de um ano e alguns meses atrás, informando um acidente.
       Levantei-me e fui para a sala de arquivos. abri a gaveta de acidentes e procurei a data do ocorrido. Encontrei uma pasta e a peguei. fui para minha pequena sala e liguei o abajur, pegando meus óculos e abro a pasta.
      Na pasta havia várias reportagens de jornal e um resumo da vida de Lindsey. Mas o que me intrigou foi o nome Fausto Peterson, irmão de Lindsey. E era este nome que estava assinado no bilhete. Guardo tudo na pasta rapidamente, apago as luzes e, antes de desligar a máquina, pego o endereço de Fausto.
      Chego ao endereço em dez minutos, andando. Demoro mais cinco minutos para abrirem a porta. É Fausto com uma garotinha no colo. apenas estendo o livro e não é preciso dizer mais nada para ele me mandar entrar. O homem manda a garotinha subir para o quarto e então me pergunta como cheguei a ele.
       - Sou estagiária no jornal da cidade. Vi a dedicatória no livro e reconheci o nome, Fui ao escritória e procurei os arquivos dela. foi fácil chegar aqui então.
        Fausto agradece e olha o livro em suas mãos. Ele diz que deu aquele livro a irmã quando ela tinha quinze anos e depois ela o deu para Matheus McCarty com um ano de namoro.
       - Matheus deu tudo que o fazia lembrar de Lindsey para mim. Mas são as memórias que o atormentam.
          - Ele estava dirigindo quando ela morreu.
       - Sim. E ele se sente culpado. Depois da morte dela, Matheus entrou em depressão, está magro, doente e cheio de dívidas.
          - Ele quer cometer suicídio.
          - Sim, mas ele tem uma filha para criar. Eu ia mandar este livro com o bilhete, mas vou ter que deixar para amanhã. Já é tarde.
          Em sincronia olhamos para o relógio. Quatro e meia. É nesse momento que o telefone toca. Fausto vai atender e volta pálido, minutos depois.
           - Houve um acidente no porto.
           - Matheus.
        Fausto chama a garotinha que não devia ter mais de cinco anos. entramos no carro do irmão de Lindsey e, em minutos, chegamos ao porto.
           O local está com uma viatura de policia, uma ambulância e bombeiros. Olho para o piso de madeira cheio de vidros. Sigo o rastro e vejo pilares tortos, no final da plataforma, não havia nada. Nenhum carro.
           Em choque, vou me aproximando até não poder mais. No fundo do mar, o carro de Matheus com ele dentro tentava ser quebrado. Coloco a mão na minha boca para abafar o grito. Alguns metros atrás, a garotinha chorava. 
             Fausto corre até a polícia e eu vou ao encontro da menina, pego-a no colo e sinto as lágrimas caírem de meus olhos. Desabo no chão, abraçando a garotinha fortemente. E então a chuva começa  acair novamente. Olho para o céu, as palavras de Fausto ecoando em minha mente. Já é tarde.





Mavi Tartaglia
         

   



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