segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Crítica Thor: Ragnarok


Finalmente chegou aos cinemas o terceiro filme do Deus do Trovão, Thor. Os filmes do super-heróis são considerados os mais fracos da franquia Marvel e com isso a expectativa estava sendo grande, principalmente devido a grande mudança visual que o filme sofreu: o filme teria o mesmo destino que seus antecessores ou conseguiria se redimir?

De primeira o que vimos é que tudo mudou e o visual já entrega isso. Diferente dos outros filmes da franquia de Thor, esse não tem um ar sombrio, mas sim tudo colorido que lembra muito a estética de Guardiões da Galáxia. Além da nova paleta de cores, temos diálogos mais leves e uma brusca mudança na direção que os filmes de Thor estavam indo. 

Então vamos para a grande polêmica que está rondando o filme: o uso do humor. Muitos estão dizendo que o filme está divertido, outros que o humor está em excesso. Eu fico com o segundo grupo. O início do filme já mostra essa nova pegada de trazer o humor e não, eu não ri nessa cena. Há momentos engraçados no filme, sim, há. Mas a maioria das piadas colocadas ali não servem para nada e não trazem o riso. Vamos ser claros: o problema NÃO É ter humor. Vemos isso na linha da Marvel desde o lançamento de Homem de Ferro. Desde que combine com o personagem e com a história, está tudo bem. Guardiões da Galáxia arrebentou quando decidiu trazer mais humor em seu filme e deu muito certo. Até Capitão América (com seus três filmes sendo considerados os melhores da produtora) tem seus toques de humor, apesar de bem menos para combinar com o ar mais pesado dos filmes. Nos filmes anteriores do Deus do Trovão já tínhamos uma certa dose de humor com o icônico Loki cheio de sarcasmo e alguns momentos de Thor. O problema do humor é quando ele é usado de forma excessiva que se torna forçada. É isso que começou com Guardiões da Galáxia 2 e culminou em Thor: Ragnarok. Queriam trazer um ar mais leve, problema nenhum. O que complicou foi quando esse ar ficou sobrecarregado e a partir disso trouxe diversos outros problemas no roteiro. 

Ragnarok é o fim do mundo asgardiano. Isso foi mostrado para Thor em Vingadores: Era de Ultron e desde então ele vem buscando uma maneira de impedir isso – aí está a explicação para ele não estar em Guerra Civil. Com esse tema era de se esperar que houvesse algo mais pesado no filme (não precisa ser algo Soldado Invernal), mas pelo menos uma certa tensão. E isso não acontece. O filme é tão rodeado de piadas que todo momento que deveria ser tenso ou criar uma certa expectativa não consegue atingir isso. Nem parece que está chegando o fim do mundo e que o filme possui como vilã a Deusa da Morte. 

Ao meu ver Thor ficou demasiadamente engraçado, algo que não condiz tanto com seu personagem. Com Hulk, ocorre quase o mesmo. Deixaram o Verdão parecendo uma criança birrenta e querendo atenção, além de agora ele ter se tornado mais racional. Depois de Ultron, Hulk desapareceu e foi parar em Sakaar – referência ao Planeta Hulk. Ambos formam uma boa dupla e garante até certos momentos bons na tela, com alguns momentos engraçados até dando certo.

Porém toda essa atenção ao humor prejudicou muito o desenvolvimento dos personagens. Hela, a Deusa da Morte, possui boas cenas. Quando Cate Blanchett aparece na tela, rouba as cenas. O papel caiu perfeitamente para a atriz e ela está quase irreconhecível. Porém seu personagem foi jogado para escanteio. Você possui pequenos pedaços de sua história, mas ela poderia ser MUITO melhor explorada, assim como sua personalidade. Se isso houvesse sido feito, com certeza ela iria entrar para a lista de melhores vilões do universo cinematográfico da Marvel. Valquíria, interpretada por Tessa Thompson, uma guerreira de Asgard, também não tem muito desenvolvimento. Nós vemos uma superação da personagem no decorrer do filme, mas sua história também foi pouco explorada. Se melhor trabalhada, traria ótimo momentos com a personagem de Hela. A atriz se dá muito bem com o papel também e suas cenas são marcantes – o elenco feminino estava afiado nesse filme. 

No longa vemos Thor passar por quase a mesma situação do primeiro filme: seu crescimento como pessoa ao enfrentar um novo desafio. O Deus do Trovão é o que acaba com melhor desenvolvimento, mostrando os verdadeiros poderes do herói e um pouco mais digno de seu título. A única coisa que realmente não me agradou nele foi a dose de humor que colocaram sobre o personagem e eu não acho que se encaixe nele – e muito menos na situação que está enfrentando. 

Tom Hiddleston está mais uma vez fenomenal em seu papel. Quem me conhece sabe que sou muito fã de Loki e para mim ele sempre se destacou muito mais que o personagem principal. Em Ragnarok, parece que finalmente conseguimos colocar ambos no mesmo patamar. A dinâmica entre os irmãos sempre foi um dos pontos positivos dos filmes e isso se repete nesse. E vê-los juntos lidando com a vilã também garante bons momentos. Loki volta com sua personalidade de sempre e no caso dele, o humor funciona muito mais uma vez que já conhecemos esse lado sarcástico do personagem. 

Anthony Hopkings, apesar de parecer pouco, consegue trazer o peso necessário para seu personagem e suas cenas são (poucas), são marcantes e importantes para o desenvolvimento da história. O resto do elenco também consegue brilhar em seus momentos. Não tem como dizer que nenhum foi bem. Realmente acertaram na escalação do cast. Vemos Idris Elba novamente desempenhando bem seu papel, Mark Ruffalo apesar dos pontos do personagem já mencionas, também entrega uma boa atuação. Menção honrosa para Jeff Goldblum que também garantiu ótimas cenas em Sakaar.
Outro ponto positivo do filme são suas cenas de ação e efeitos. Eles não deixam a desejar em nenhum momento em técnica, apesar do ato final ter perdido um pouco a força justamente pelas suas piadinhas. A direção de arte também se sai muito bem. Asgard sempre foi muito bem feita nos filmes e isso continua e Sakaar consegue brilhar com suas cores e cheio de sucatas. 

Thor: Ragnarok realmente é o melhor filme da trilogia do super-herói, mas longe de ser um dos melhores filmes da Marvel. Tem seus pontos positivos, porém fiquei muito incomodada com os negativos. Poderiam ter aproveitado mais o roteiro, podendo adicionar uns bons 15 minutos de filme e assim ter um melhor aproveitamento da história. Para quem não se incomodar com a piadas a todo o momento, sairá satisfeito do cinema.

Mavi Tartaglia



domingo, 29 de outubro de 2017

Crítica Mulher Maravilha



Mulher Maravilha veio para as telonas com grande responsabilidade. Estamos lidando com a super heroína mais famosa e importante dos quadrinhos. O número de pessoas que não viam a hora de ver um longa dela era grande. Gal Gadot, que havia sido quase massacrada quando escolhida para o papel, conseguiu provar que era perfeita para viver a heroína em Batman vs Superman, o que aumentou ainda mais as expectativas para seu filme solo. Além disso, seria o primeiro filme solo de uma heroína, além de ser dirigido por uma mulher. Até o momento, os filmes da DC estavam se saindo mal nas críticas, o que jogou mais um peso nos ombros do filme: mostrar que os filmes desse universo poderiam sim ser bons filmes. 

O filme já começa com um deleite para os olhos. Ao contrário dos outros filmes da DC que trabalham com cores escuras e sombrias, Mulher Maravilha começa com uma linda escolha de paleta de cores. Themyscira é apresentada de forma extraordinária, já deixando o espectador encantado com aquele mundo escondido. Enquanto vamos descobrindo a ilha, acompanhamos uma Diana crianças admirando as guerreiras amazonas e almejando ser uma – que é impedida por sua mãe super protetora, a rainha Hipólita. Vamos entender esse lado da rainha quando a mitologia das Amazonas é contada para a pequena Diana em forma de história para dormir. Uma forma muito ágil do roteiro de não enrolar e mostrar o que precisava ser mostrado. Para encantar ainda mais, a mitologia é montada lindamente para o espectador. Assim entendemos mais desse mundo e como Diana foi criada – na inocência, acreditando em deuses, protegida da verdade e maldades do mundo. 

Esse ciclo irá ser quebrado com a chegada de Steve Trevor, interpretado por Chris Paine. Junto com o personagem, chega a guerra, a morte, a crueldade do mundo humano. Em uma sequência de tirar o fôlego e mostrando que mulheres podem sim lutar, as Amazonas lutam contra os humanos que invadem a ilha. Esse é ponto em que tudo muda. Diana é apresentada ao mundo real, a guerra que está acabando com a humanidade e com isso decide ser a guerreira que irá acabar com o mal do mundo – matar o deus da guerra, Ares. 

Chris Pine e Gal Gadot possuem uma química incrível em tela e seus personagens se encaixam perfeitamente. O romance montado é bem sutil, não tirando a atenção do objetivo central: a ascensão da heroína. Os diálogos entre eles são muito bem montados, mostrando como Diana foi criada em um mundo em que as mulheres têm voz e como o mundo dos humanos é machista – tudo isso de forma sutil, não perdendo tempo em dar sermões, mas cumprindo a função de ridículo de como a sociedade trata as mulheres. Outro ponto para a diretora foi mostrar a heroína de forma não sexualizada, o que infelizmente ainda é frequente com as mulheres nos filmes. Diana é mostrada por sua força, sua vontade de lutar pelo melhor, a admiração que a cerca. Em nenhum momento o foco saí disso e o resultado não poderia ser melhor.

A direção e fotografia estão de parabéns. Patty Jankins consegue conduzir o filme muito bem. Desde o encantamento com o lar de Diana até os horrores da guerra, ela trabalha tudo de forma simples, mas carregada de significados. Até quando a paleta de cores se torna mais fechada para combinar com a Londres em guerra, é feita de forma delicada. Um dos pontos fracos do filme é justamente quando chega as cenas de ação na guerra: o CGI deixa muito a desejar, ficando óbvio seu uso e fazendo sequências que poderiam ser muito boas perder um pouco sua força.

Os personagens secundários também são muito bem escolhidos, dando força a narrativa e fazendo um bom plano de fundo para o surgimento da Mulher Maravilha. Aliás, a primeira cena que ela aparece com o uniforme completo, tirando seu manto e surgindo das trincheiras, é uma cena que irá ficar para a história. A cena é extremamente bem construída, sua montagem e trilha sonora a deixam perfeita, o momento chegando a arrepiar. Definitivamente o melhor momento do filme. Outro ponto positivo foi a direção de arte que criou com maestria Themyscira e a primeira guerra, conseguindo fazer o público acreditar nos dois ambientes mostrados. 

Apesar de muitos acertos, o longa teve alguns problemas e isso se deve principalmente aos vilões mal desenvolvidos. A Doutora Veneno teve pouco espaço e poderia ser muito mais bem explorada, mas não mostrando nenhum perigo realmente muito grande General Ludendorff também não foi bem usado, estando ali somente para cumprir seu papel um pouco caricato e para servir para desviar a atenção de Ares. Mas o verdadeiro problema está com Ares e no ato final do longa. A chegada do vilão não é impactante, ele fala coisas óbvias demais, o que consequentemente tira sua força de vilão. A cena de enfrentamento também é problemática. Fica muito computadorizada e não chega a empolgar. Esse final foi decepcionante, que mostrou um vilão que não estava à altura do longa e mostrando uma cena genérica. 

Outro ponto que achei um pouco falho foi a insistência de Diana em Ares. O modo como foi criada deixa claro em mostrar toda sua inocência em relação ao mundo, porém chega um ponto que isso é repetido tantas vezes que cansa. Esse lado dela poderia ter sido explorado com um pouco mais de dosagem. O público já conseguiu entender que ela foi criada dentro da mitologia de sua ilha e que isso seria quebrado no final com seu confrontamento com Ares. Os verdadeiros momentos que isso realmente funcionou foi quando respondia os desaforos do mundo e suas novas descobertas. Ao fim, isso não se tornou um problema tão grande porque Gal conseguiu trazer para a personagem uma doçura em seus jeitos que ajudou o espectador entender esse lado de Diana. 

Ao fim, o filme chegou para ser lembrado por muito tempo. Todos saem satisfeitos e com uma sensação de que algo bom foi feito. Mulher Maravilha chegou para derrubar barreiras com sua forma admirável, forte e feminista. 

Mavi Tartaglia

domingo, 22 de outubro de 2017

Crítica Homem - Aranha: De Volta ao Lar



Mais uma vez temos um filme do Homem Aranha, mas dessa vez, os direitos autorais estão com a Marvel. Todos já estão cansados de saber a história de como Peter Parker se torna o amigo da vizinhança e por isso mesmo a Marvel faz o certo: deixa para trás essa história e segue em frente. Acredito que essa tenha sido a melhor decisão da produtora: ao conseguir os direitos para incorporar o personagem ao universo estendido, não criaram pretensões. Não mostraram a história que todos estão cansados de saber (Peter sendo mordido por uma aranha, a morte do tio, etc). Com isso, deixaram bem claro que a intenção não era apagar os filmes anteriores e muito menos tentar ser melhor que a primeira trilogia que está eternizada na mente de todos (ainda considerada a melhor). A Marvel foi bem clara em seu objetivo: trazer um novo Homem – Aranha, agora mais novo, que se assemelhasse mais ao personagem apresentado nas HQ’s e desenhos para entrar na equipe dos Vingadores – e mais para frente, quem sabe liderar. Com isso, criaram um filme divertido, leve e que agradou a maioria dos espectadores. 

O personagem agora interpretado por Tom Holland já havia sido (re)apresentado em Guerra Civil e suas cenas não deixou ninguém decepcionado, pelo contrário, deixou à todos ainda mais ansiosos para ver o novo filme do Cabeça de Teia que parecia cair tão bem nesse ator mais jovem. Os fãs de longa data agora conseguiam ver aquele personagem tão amado finalmente sendo apresentado de forma mais parecida com o Peter que todos já conheciam. 

O longa já começa bem. Michael Keaton é o futuro Abutre e os primeiros minutos do filme mostram como ele chega até o ponto de se tornar o vilão. A história do personagem foi muito bem criada: pegaram um tema relevante e jogaram em nossa cara, nos fazendo imediatamente sentir empatia e entender o lado dele. A história é real, causa uma identificação imediata à quem está assistindo. Ao contrário da maioria dos vilões que hoje são apresentados nos filmes, sua história bem construída o torna um vilão memorável – e apresenta uma bela interpretação de Keaton. 

E é então que entra Tom Holland com seu Homem – Aranha para começar a jornada. Com um toque muito juvenil e cômico, o ator traz um Peter adolescente de forma muito confortável. É impossível imaginar outro ator para essa nova versão. Tom consegue trazer com maestria os dois lados apresentados no filme: a exaltação de ser um herói (e querer provar seu valor) junto aos dramas adolescentes. Aqui, Peter tem 15 anos, e junto com a bagagem de querer salvar o mundo, ele passar por mudanças humanas típicas da adolescência, principalmente o primeiro amor. É aí que acredito que o filme funciona tão bem. O roteiro consegue ser aquele que mais mostra Peter Parker como humano, como uma pessoa que era normal e acaba em meia a algo extraordinário. Eles não focam somente em seu lado heroico, mas em seu lado humano cheio de dúvidas. 

Isso fica evidente ao longo do filme quando vemos Peter explorar seu traje tão bem feito por Tony e ao mesmo tempo querer provar que ele pode ser muito mais e fazer parte dos Vingadores. Conforme a trama avança, ele vai se dando conta que para ser um super herói, é preciso muito mais que um traje. Tony Stark aparece para lhe dar essa lição (vale ressaltar que as aparições do personagem foram muito bem dosada, trazendo humor e drama em momentos certos, mas sem tomar o lugar do protagonista). A partir do momento que Peter se encontra sem seu traje super sofisticado e precisa voltar ao início é que ele finalmente consegue se descobrir como Peter e como Aranha. 

O filme se foca muito mais nesse lado de descobertas do que de ação. Muitos acharam isso ruim, já eu particularmente gostei. As cenas de ação foram colocadas em momentos chaves, sem exageros, combinando com o tom do filme. A impressão que passa é que quiseram começar devagar e entregar algo agradável do que algo corrido e sem cabimento com a história do personagem. Daí em diante, acredito que vão crescendo aos poucos nos próximos filmes. 

O longa também é recheado de referências – Capitão curtiu isso! – incluindo uma homenagem à icônica cena do beijo do primeiro filme. Jon Watts (diretor) consegue trazer uma atmosfera muito agradável, recheado de homenagens aos filmes dos anos 80 (como De volta para o futuro, Clube dos Cinco e principalmente Curtindo a vida adoidado). Isso trouxe um ar juvenil muito bem feito e que não só combina com o Peter de Tom, mas combina com o que a trama quer passar. Essas cenas fazem o filme ficar ainda melhor, trazendo um tom de nostalgia para o espectador. O humor que gira também em toda a trama é a melhor cartada e é o que faz o filme ser tão bom quanto foi – e o melhor de tudo, nada com exagero. 

Entrando nesse setor juvenil, além de Tom, os outros atores que compõem o núcleo colegial – ressalva para a diversidade mostrada aqui – são muito bem escolhidos. O personagem de Ned traz momentos cômicos e nerds deliciosos, roubando a cena em diversos momentos, e a química do ator com Tom é ótima. Ressalva também para o personagem do Flash. Diferente dos quadrinhos, foi uma ótima surpresa. Trazido para os dias de hoje. Não vemos um Flash que aterroriza através da violência, mas um outro tipo de bullying, muito mais interessante – e importante – para nossa atualidade. 

De Volta ao Lar termina cumprindo sua função: trazer um Peter Parker com novas nuances para o Universo Cinematográfico Marvel. Acredito que ao final tenha sido uma ótima forma de apresentar o personagem e que Tom ainda vai crescer muito com – e como – o Amigo da Vizinhança. Já entrou para a listinha dos meus preferidos.

Mavi Tartaglia


quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Crítica A Lenda de Tarzan



Sinopse: “Releitura da clássica lenda de Tarzan, na qual um pequeno garoto órfão é criado na selva, e mais tarde tenta se adaptar à vida entre os humanos. Na década de 30, Tarzan, aclimatado à vida em Londres em conjunto com sua esposa Jane, é chamado para retornar à selva onde passou a maior parte da sua vida onde servirá como um emissário do Parlamento Britânico.”

Para quem conhece o filme original, logo de cara irá se deparar com várias referências do longa: personagens, a selva, o balanço entre árvores, o lendário grito. Mas as semelhanças param aí. Nesse filme, iremos ter Tarzan anos depois de voltar para o mundo humano. O filme teria tudo para trazer uma nova visão para o herói e satisfazer os espectadores, porém isso não acontece.

O primeiro ponto é o roteiro. Com diversos plots, acaba ficando perdido e não consegue se focar em nenhum, assim como não traz profundidade à nenhum deles e por isso o espectador não consegue criar um vínculo com nenhuma parte da história. Personagens acabam ficando jogados e suas motivações não muito bem explicadas, principalmente os vilões, não criando nenhuma empatia de quem está assistindo. Todo o filme é extremamente previsível e cheio de clichês.



O elenco que tem nomes conhecidos e de peso acaba não conseguindo dar uma atuação brilhantes justamente por esses defeitos. Christopher Waltz que sempre marca em suas interpretações, não convence e seu personagem é previsível, perdendo forças diante do outro vilão. Jane, interpretada por Margot Robbie, que no começo tinha tudo para se destacar como uma mulher forte ao longo do filme acaba caindo no clichê da donzela que precisa ser salva. No fim, o único que consegue um pouco mais de destaque é Alexander Skarsgård por possuir um pouca mais de camadas para seu personagem e mesmo assim, há momentos que não convence.

Os efeitos visuais que poderiam complementar a história muito bem, acabam sendo apenas efeitos. Em muitos momentos, o CGI não é bem feito, não passando nenhuma veracidade, e a selva que devia nos transportar para outro mundo, acaba sendo somente algo qualquer.

A montagem também não funciona. A história fica perdida, muitos momentos não ligando uma cena com a outra. A trilha sonora serve somente como tapa buraco, tentando inutilmente causar alguma emoção no espectador já que nenhum outro elemento do filme consegue isso. 

No fim, A Lenda de Tarzan acaba sendo uma decepção e o que prometia ser um filme diferencial (como Malévola foi), acaba caindo na mesmice.

Mavi Tartaglia

domingo, 23 de julho de 2017

Resenha A Prisão do Rei



Sinopse: “Mare Barrow foi capturada e passa os dias presa no palácio, impotente sem seu poder, atormentada por seus erros. Ela está à mercê do garoto por quem um dia se apaixonou, um jovem dissimulado que a enganou e traiu. Agora rei, Maven continua com os planos de sua mãe, fazendo de tudo para manter o controle de Norta — e de sua prisioneira. Enquanto Mare tenta aguentar o peso sufocante das Pedras Silenciosas, o resto da Guarda Escarlate se organiza, treinando e expandindo. Com a rebelião cada vez mais forte, eles param de agir sob as sombras e se preparam para a guerra. Entre eles está Cal, um prateado em meio aos vermelhos. Incapaz de decidir a que lado dedicar sua lealdade, o príncipe exilado só tem uma certeza: ele não vai descansar enquanto não trouxer Mare de volta.”

A Prisão do Rei é o terceiro volume da série A Rainha Vermelha. Para quem não conhece, a história é uma distopia onde as pessoas são divididas entre vermelhos e prateados. Os prateados são os ricos, poderosos, os que governam e possuem poderes especiais (como manipular fogo, mentes, água, etc) e os vermelhos são a classe pobre e trabalhadora, sem poderes. Porém tudo mudo quando Mare, uma garota vermelha, ao ir trabalhar no palácio, acaba descobrindo que pode controlar eletricidade. Para esconder isso de todos, a Monarquia a faz se passar por uma prateada. Ao mesmo tempo, ela descobre a Guarda Escarlate que é formada por vermelhos que tentam lutar por uma revolução. Nisso, a jovem é jogada em um mundo de traições e jogos de poderes, nunca sabendo em quem confiar. O final do primeiro livro é bem surpreendente, com Mare sendo traída por alguém que confiava e o Príncipe Cal sendo manipulado em um jogo muito maior. 

O segundo volume começa com Cal e Mare conseguindo fugir do novo Rei, Maven, irmão mais novo de Calore, com a ajuda da Guarda Escarlate. Em busca de mais vermelhos como Mare, ela acaba descobrindo que a Guarda também não é aquilo que ela pensa e tudo parece ficar cada vez mais complicado. Nos dois primeiros volumes a leitura é muito rápida, com muita ação e com a história te prendendo do começo ao fim.

O terceiro livro começa de onde o último parou: Mare está nas mãos de Maven, sem poder usar seus poderes e ficando cada vez mais fraca. A Guarda Escarlate começa a fazer avanços, deixando o Rei desesperado. Mais uma vez usando Mare para seu próprio jogo, Maven a usa para desacreditar a Guarda. Enquanto isso, a garota elétrica enquanto prisioneira, tenta descobrir o máximo possível das fraquezas de Maven, trazendo revelações surpreendentes. 

Esse com certeza é o volume mais maduro. Enquanto os outros dois eram centrados na ação, aqui adentramos no mundo político. Estamos em um jogo de xadrez, nunca sabemos qual é a próxima peça que será movida. Como sempre, Victoria consegue trazer elementos que irão te surpreender. Todos parecem estar lutando para conseguir o poder e mais do que nunca é difícil prever o próximo passo, assim como em quem confiar.

Mare amadureceu muito nesse livro. No segundo a protagonista me irritou muito, parecendo uma garota mimada. Com sua prisão e sendo torturada constantemente, a garota amadurece, vendo seus erros e percebendo que tudo ao redor dela era muito maior do que ela esperava. Novas facetas de Maven também são reveladas e conseguimos entender como ele se tornou o monstro que é hoje.

Outra personagem que consegue seu espaço é Evangeline. Ela continua sendo uma pessoa cruel, mas agora sabemos de camadas de sua personalidade e vida que torna a personagem mais clara e mais complexa – e eu adoro personagens assim!

Por outro lado, Cal está com a Guarda Escarlate. Ele é o que mais se preocupa em resgatar Mare. A Guarda continua avançando em suas conquistas, mesmo com Maven fazendo de tudo para pará-los. Cal está fazendo algo por debaixo dos panos e faz uma aliança inesperada. Enquanto senti que todos os outros personagens principais amadureceram, com Cal isso não aconteceu. Ele continua na mesma que antes, sem se decidir, não colocando com opinião e se deixando ser manipulado pelos jogos de poder. Eu gostava muito do personagem e isso me decepcionou nesse volume. Acho que ele e Mare podem formar um bom casal (sou uma das únicas que acho isso), mas para que aconteça, ele precisa crescer. Enquanto todos os outros evoluíram, o príncipe prateado destronado continuou na mesma (em alguns momentos, parece até que retrocedeu). Teve trechos que fiquei com vontade de pegar ele e dar uns tapas para ver se acordava. Espero que no próximo ele tenha mais espaço e isso melhore.

Por a maior parte do livro estar centrado em assuntos políticos, achei a primeira parte bem lenta de se ler. Chega a ser monótono. Alguns momentos são importantes para a série, mas a autora não conseguiu me prender muito como consegue em suas cenas de ação. Não pelo fato de serem assuntos políticos, mas o modo que ela escreveu. A leitura começou a avançar depois da metade, mesmo assim não senti a adrenalina dos dois primeiros.

Porém, o final, como sempre, ela sabe fazer. Ela é mestre em deixar a maior surpresa para as últimas páginas e assim te deixar louco para o próximo volume. Com esse não foi diferente. Novas alianças são feitas e novos planos traçados. Para onde isso vai levar, temos que aguardar.

Esse terceiro livro pode ser um pouco diferente dos outros dois, com alguns momentos em baixa, mas para quem é fã da série, no final não irá se decepcionar. Agora mais do que nunca os jogos de poder estão ficando mais intensos e mal posso esperar para ver o desenrolar dessa história. 


Mavi Tartaglia

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Crítica A Bela e a Fera 2017




Desde que o Live Action de a Bela e a Fera foi anunciado, a expectativa era grande – e aumentou ainda mais depois que Emma Watson foi anunciada no papel da protagonista. A animação é um dos grandes clássicos da Disney e talvez um dos mais conhecidos e a cada notícia o coração acelerava.

Para quem espera uma história diferente, não perca o tempo assistindo. O filme é extremamente fiel ao desenho, incluindo todas as músicas. Porém essa versão tem algumas diferenças. O roteiro conseguiu humanizar os personagens, contando suas histórias do passado para mostrar como eles chegaram a ser o que são – entendemos agora o pai de Bela e como eles foram para no vilarejo; mas o mais importante, vemos de onde veio a personalidade do príncipe amaldiçoado. Além de mostrar histórias além, foi possível conectar algumas pontas que ficam soltas na animação, como por exemplo como nunca ninguém estranhou o fato de ter um castelo perto do vilarejo ou nunca o mencionar.

O elenco está magnifico. Luke Evans rouba a cena com um Gaston egocêntrico e que mostra sua crueldade ao decorrer do filme. Dan Stevens também está ótimo em seu papel como Fera. Para mim, ambos os atores estão excelentes em seu papel. Dan me surpreendeu porque não o conseguia e fazer o papel da Fera, que seria todo de efeitos especiais, não é algo muito fácil. Emma Watson é a Bela escrita dos desenhos e em personalidade, porém achei sua atuação a mais fraca de todo o elenco. Parece que ela não saiu das atuações já conhecidas, trazendo as mesmas caras e bocas. A atriz estava boa, mas comparada com o resto do elenco e atuações, acredito que ficou um pouco apagada. Josh Gad é outro que consegue roubar as cenas – e nos cativar – com seu LuFou, trazendo um constante alívio cômico. O restante do elenco também está bom, com os atores cumprindo bem seus papéis.

Para quem é fã da animação, irão reconhecer todas as músicas do desenho que se encarregam de trazer toda a magia de volta. Toda vez que uma música começava, era impossível não lembrar do antigo filme e da minha infância sentada em frente à TV assistindo o filme repetidas vezes. Mas o longa também traz canções originais para dar um toque nas partes novas do roteiro – o que ao meu ver funcionou muito bom. Você reconhece a animação, mas consegue uma profundidade maior. Os números teatrais estão maravilhosos e me trouxe um tom de saudade a cada música cantada. 

Outro ponto alto – senão o maior – é a direção de arte. Ela salta em nossa visão já no começo do filme, trazendo cenários e figurinos pomposos, mostrando que o filme iria carregar no visual – e ficou deslumbrante. Os cenários também conseguem passar uma certa magia desse mundo encantando. Detalhe para as diferenças sem maldição e com maldição; e como que com a vinda de Bela o castelo aos poucos começa a retornar à vida. Outra coisa que gostei muito do filme foi mostrar que o castelo em si estava amaldiçoado também, sendo destruído pouco a pouco conforme as pétalas caiam. Porém algo que me decepcionou muito foi o vestido amarelo. A cena mais conhecida da animação perder um pouco sua magia com um vestido que não foi nem um pouco tão grandioso quanto na animação. Depois do trabalho feito em Cinderela, esperava algo muito mais magnifico. 

Outro ponto baixo foi alguns efeitos especiais, em especial o efeito da Fera. Assim como o vestido, faltou grandiosidade. A Fera do desenho é muito mais marcante, grande, com um visual que ajuda a acompanhar sua crueldade do começo da história e que quer mostrar ao fim que não importa a imagem de fera, o que importa é o que está dentro. Muitos reclamaram desde quando foi lançada a primeira imagem do personagem e isso fica ainda mais evidente no filme. A atuação de Dan consegue salvar um pouco o personagem, mas conseguimos sentir que falta algo. Além disso, alguns outros personagens não funcionaram bem, como Zip e Madame Samovar – ficaram um pouco artificiais demais, o que prejudicou um pouco algumas cenas. 

O filme faz sua trajetória com pontos altos e baixos, todavia consegui sair satisfeita depois da sessão no cinema. Senti a magia, senti uma profundidade maior, mas o mais importante, senti nostalgia. A Bela e a Fera é minha animação favorita e ver essa versão deslumbrante em muitos momentos me fez voltar a infância. Me senti sentada novamente em frente à TV, vendo o filme em fita cassete, vestida com a fantasia da Bela. E não posso negar que alguns momentos me levaram às lágrimas.

A Bela e a Fera consegue homenagear seu antecessor, trazendo também um pouco de magia própria. Como eu disse, para quem espera uma versão diferente como Malévola foi de A Bela Adormecida, não perca seu tempo. Esse filme é para aqueles que querem ver a animação recriada em live action e nisso cumpre bem sua função. 


Mavi Tartaglia

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Rsenha Trono de Vidro

Sinopse: “Nas sombrias e sujas minas de sal de Endovier, um jovem de 18 anos está cumprindo sua sentença. Celaena é uma assassina, e a melhor de Adarlan. Aprisionada e fraca, ela está quase perdendo as esperanças quando recebe uma proposta. Terá de volta sua liberdade se representar o príncipe de Adarlan em uma competição, lutando contra os mais habilidosos assassinos e larápios do reino. Endovier é uma sentença de morte, e cada duelo em Adarlan será para viver ou morrer. Mas se o preço é ser livre, ela está disposta a tudo.”




Confesso que quando me indicaram esse livro e eu li a sinopse, não botei muita fé. Demorei um tempo para encontrar e um pouco mais para tirar da estante e decidir ler. Nos primeiros capítulos, o pé ainda estava atrás e estava começando a me arrepender de ter iniciado a leitura. Alguma coisa na escrita da autora estava me incomodando e não me sentia envolvida com a história, mas decidi continuar.

Aos poucos então fui me envolvendo. A escrita começou a melhorar a chamar minha atenção. Comecei a ler os capítulos com mais curiosidade e mais vontade, além da leitura começar a ficar agradável, daquelas que você nem vê o tempo passar. 

O que mais gostei do livro foi a protagonista. Celaena é uma protagonista forte – o que já é esperado, já que é uma assassina – mas ao mesmo tempo, consegue ser engraçada, feminina e mesmo assim fora dos padrões, tendo seus momentos também não muito femininas, digamos assim. Ela sai daquela caixinha de clichê de protagonistas, o que nos leva para grandes surpresas, nunca sabendo exatamente como ela vai reagir. Além disso, é a personagem mais bem montada, o que torna fácil sua ligação com ela (apesar de seu passado ser pouco a pouco revelado).

Mas na verdade, essa é o grande ponto alto da história, e só. O restante do livro não traz nada de surpreendente, cai em vários clichês, além de furos na história. A maior parte dos personagens são muito mal construídos, principalmente os vilões, o que traz um buraco enorme para a história. O rei apareceu poucas vezes e não havia motivação nenhuma por trás de seus atos além de querer mostrar poder, mas que por ter sido mal construído, parecia que estava ali só por estar, sem reais motivações por trás de tudo.

Além disso, logo no começo da trama já sabíamos o rumo que a história iria tomar. O começo, meio e fim já estava todo ali para você e ao chegar ao final do livro, não há grandes surpresas em relação a trama principal. 

Outro fator que me decepcionou foi o triangulo amoroso. Fazia muito tempo que não lia um livro com um triângulo tão forte assim e o tempo gasto com ele e romance foi demais (eu adoro um romance, acho que até pode acrescentar para a história, mas quando é bem dosado). No casa desse livro, o romance não era o foco principal da trama (nem é apresentado na sinopse), o que tirou totalmente o foco de ser um livro épico e da jornada da heroína. Confesso que por enquanto sou Team Príncipe, mas vamos ver para onde vai essa história. Achei que avançou muito rápido essa relação dos três, sem dar uma devida profundida (coisa que acontece com todos os personagens dos livros).

Outros fatores decepcionantes foram as provas e a Celaena não mostrar o livro inteiro para o que veio. As provas são uma mais babaca que a outras. É um livro de AÇÃO e ÉPICO, coloque para quebrar!!!! Elas passavam rápido e sem devida atenção. E com isso, nunca soubemos realmente as habilidades da protagonista que a todo momento era chamada de “a melhor assassina”, mas que nunca pode mostrar seu valor. 

Porém, nem tudo está perdido. A parte da fantasia, que lentamente é introduzida nesse livro, nos deixa esperança que dias melhores virão. A autora consegue montar esse cenário muito bem e por não ter dado muito atenção à ele, fica a promessa que teremos esse lado mais explorado nos próximos livros – como era a magia antes de ser banida, o que a trará de volta, quais as consequências se o Rei quiser usá-la e claro, envolvimento Celaena nisso tudo. 

Por esse motivo, ao final do livro, você ainda tem uma curiosidade de continuar a leitura. A esperança para que a trama melhore e mostre mais facetas dos personagens faz você querer persistir a leitura. Além disso, já que o triângulo foi montado, como isso irá afetar a assassina e seus dois amores, o Príncipe, que cada vez mais parece querer se afastar das atitudes do pai e o Guarda, que sempre foi contra o envolvimento da assassina em toda a trama. 

Ao final, é uma leitura rápida. A história prometia mais do que cumpriu, mas tenho esperanças para o futuro da saga. Para quem nunca adentrou nesse mundo de histórias épicas, é um bom livro para se começar e acostumar com o gênero.

Mavi Tartaglia

sábado, 21 de janeiro de 2017

Crítica: La La Land - Cantando Estações




Sinopse: "Em Los Angeles, Sebastian (Ryan Gosling) é um pianista de jazz cheio de marra e vaidoso que acaba se apaixonando por uma atriz aspirante, a sonhadora Mia (Emma Stone). Mas esse amor passa por várias provações, já que começam a se dedicar mais e mais ao trabalho à medida em que vão se tornando bem-sucedidos pouco a pouco."

La La Land é o mais recente filme que tem arrebatado corações nos últimos dias, além de milhares de prêmios nessa época de premiações (no Globo de Ouro, levou todos que concorria). 

É um musical que logo no inicio já mostra para que veio. Sua abertura já é com uma música viciante e que mostra qual o clima do filme, além de mostrar que dificilmente você irá conseguir ficar parado em sua cadeira assistindo a esse longa.

Utilizando a metalinguagem, o filme faz uma grande homenagem ao cinema em sua Era de Ouro além de homenagear o jazz, aquele estilo musical que aos poucos está morrendo (infelizmente).

Através da paixão de Mia pelo cinema, vemos várias referências aos filmes clássicos como Cantando na Chuva e Casablanca. Através de Seb, vemos como sua paixão pelo jazz é intensa e seu sonho de não o deixar morrer, e sim preservar aquele velho e bom jazz.

La La Land irá trazer de volta o encantamento que os musicais tinham. Você irá ficar com os olhos vidrados nas coreografias e emocionado com as músicas. Nos momentos mais intimistas, irá se sentir dentro de um teatro, com somente um foco de luz no artista, centralizando-o na cena. 

Para completar o deleite visual, temos uma fotografia magnifica. A combinação de cores faz ser impossível desviar o olhar da tela, combinando perfeitamente os tons com as cenas de forma linda e às vezes contraditórias. Ao ver o longa, você simplesmente irá se esquecer do mundo real e ser transportado para outra dimensão. Através das cores, passeamos pelas estações com os personagens. 

O diretor passeia com a câmera entre as cenas de forma elegante. Seus movimentos casam perfeitamente com os personagens e a ação vivida.

Ryan Gosling e Emma Stone estão fenomenais em seus papéis. O filme tem como objetivo se focar neles e em sua relação, e apesar de todos os sentimentos que nos invadem, nunca os esquecemos. Eles mostram uma química e dinâmica incrível juntos e acredito que o filme não seria o mesmo sem eles. Emma traz toda sua personalidade divertida em Mia e Ryan se mostra como uma alma velha em todas as cenas que aparece. 

Em meio à tudo isso, o diretor nos transporta para um filme que iremos nos identificar rapidamente. O amor versus o sonho. O tempo todo isso é nos jogado na cara de forma emocionante, nos levando a questionar nossa vida e escolhas (para aqueles que sobrevivem da arte, será impossível não se identificar). A realidade nos é escancarada de forma tão bonita que o filme se torna ainda mais especial. 

Os minutos finais são de tirar o fôlego, surpreendente. Ao terminar o filme, será difícil encontrar forças para se levantar e deixar o filme para trás. Você irá se pegar pensando nele por várias horas depois de assisti-lo e garanto que depois disso, mesmo assim será difícil tirá-lo da cabeça. (ai gente, sério, que final! Chorei horrores!!!!!)

Se o filme inteiro já foi tecnicamente perfeito, os últimos dez minutos não há nem palavras para descrever. Você irá sentir as lagrimas nos olhos e se emocionar feito uma criança. 

É possível perceber que o diretor jogou sua alma em La La Land. Com tamanha perfeição, depois de vê-lo conseguimos entender porque está sendo tão comentado. 

Aproveitem que o filme está em cartaz e corra para o cinema mais próximo. Será uma experiência que não irá se arrepender. Para os cinéfilos e fãs de musicais, impossível não assistir e já arrumar um lugar para ele na lista de favoritos. 

Obs: Você não irá conseguir tirar City of stars da cabeça.


Mavi Tartaglia

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Resenha As Crônicas Lunares - Cress e Winter



Oi, pessoas!!! Para começar o ano bem, trago as resenhas dos dois livros finais de As Crônicas Lunares, que com certeza foram os melhores livros que li em 2016 no gênero fantasia! Espero que gostem.



Sinopse de Cress: “Neste terceiro livro da série Crônicas Lunares, Cinder e o capitão Thorne estão foragidos e agora levam Scarlet e Lobo a reboque. Juntos, eles planejam derrubar a rainha Levana e seu exército. Cress talvez possa ajudá-los. A garota vive aprisionada em um satélite desde a infância, com a companhia apenas de telas, o que fez dela uma excelente hacker. Coincidência ou não, infelizmente ela também acabou de receber ordens de Levana para rastrear Cinder e seu bonito cúmplice. Quando um ousado plano de resgatar Cress dá errado, o grupo se separa. Cress enfim conquista a liberdade, mas o preço a se pagar é alto. Enquanto isso, Levana não vai deixar que nada impeça seu casamento com o imperador Kai. Cress, Scarlet e Cinder talvez não tenham a intenção de salvar o mundo, mas muito possivelmente são a última esperança do planeta.”

Quando você pensa que essa série não pode ficar melhor, Marissa vem e mostra que pode sim, e muito! Considero o terceiro volume o melhor dos quatro, tanto pela narrativa frenética e cheia de surpresas, tanto pela protagonista que me cativou muito.

Cress é inspirada em Rapunzel. Nessa versão, ele é uma prisioneira da rainha Levana em um satélite por sete anos (deixando seus cabelos longos por não poder cortá-los) e uma cascuda, mas que não é descartada por ser uma ótima haker (imagina uma pessoa inteligente!). Gostei da protagonista porque vemos um lado diferente de nossas heroínas. Enquanto Cinder e Scarlet lutam e são revolucionárias, extremamente fortes, Cress apresenta um outro lado: inteligente, tímida e inocente, mas que se mostra tão forte quanto as outras duas. 

Com essa nova protagonista, também vemos um lado diferente do capitão Thorne, e se ele ainda não tinha roubado seu coração, nesse livro com certeza vai. Os dois personagens possuem uma dinâmica muito interessante e quando se juntam a turma, vemos a tão esperada revolução para derrubar Levana finalmente tomando forma. 

Lobo e Scarlet possuem um pouco menos de espaço, deixando as páginas mais livres para Cress e a jornada de Cinder. Iko por outro lado cresce cada vez mais e se torna a personagem mais cativante – sua lealdade e coragem a tornam uma das melhores personagens. 

Também gostei muito dessa nova protagonista por ver a evolução dela. De uma menina ingênua e extremamente sonhadora, aos poucos ela vai crescendo e se tornando uma mulher forte e uma importante peça para o grupo. Sua paixonite boba pelo Thorne do começo aos poucos vai se tornando algo maior, mostrando essa evolução – e incrivelmente, levando o capitão com ela.

Levana também vai ganhando cada vez mais espaço e mostrando toda sua crueldade. Ela deixa claro para o que veio e que não medirá esforços para o que quer. A personagem é extremamente cruel e muito bem desenvolvida que seu ódio chega a virar amor de tão boa em ser má que ela é. Estou louca para saber como será o final da Rainha má!

O final te deixa eufórico e tudo que você mais quer é pegar a continuação e ler logo para descobrir qual vai ser o desfecho dessa fascinante história. 



Sinopse de Winter: “Princesa Winter é admirada pelo Povo Lunar por sua graça e bondade, e embora possua cicatrizes em seu rosto, sua beleza é considerada ainda maior que a de sua madrasta, Rainha Levana. Winter não concorda com as atitudes de sua madrasta e ela sabe que Levana não aprova os sentimentos dela com um amigo de infância (o guarda do palácio Jacin). Mas Winter não é fraca como Levana imagina. Junto com uma ciborgue, Cinder e seus aliados, Winter pode ter a chance de começar uma verdadeira revolução.”

Talvez a princesa mais conhecida dos contos de fadas, Marissa deixou sua versão da Branca de Neve para o final – e que final!!! O livro é enorme, mas a história é tão cheia de ação e te prende tanto para saber o que irá acontecer que você nem vê passar. E quanto mais lê, mais deseja que esse não seja o último e que essa saga maravilhosa continue!

A versão da Branca de Neve veio com tudo. Nós somos apresentados à uma princesa extremamente bela, apesar de ter cicatrizes em seu rosto causadas por ela mesma quando sua toa usou o dom lunar nela. Mas a princesa se torna complexa quando ela se mostra meio louquinha e com um parafuso a menos – mas tudo por uma boa causa. Ela vê como sua madrasta usa seu dom de forma cruel e desde nova, Winter se recusa a usar seu dom lunar, mesmo que seja para o bem. Isso faz que ela tenha visões distorcidas da realidade e o único que pode a ajudar a se controlar é Jacin, seu amigo por quem é apaixonada e já nos foi apresentado em um dos livros anteriores e que traiu Cinder. Porém, quando a princesa é colocada em perigo, temos uma grande reviravolta.

Jacin ajuda Winter e Scarlet a fugirem do Castelo e ir em busca de Cinder que agora está em Luna, fazendo de tudo para montar sua revolução e finalmente conseguir se sentar em seu trono (o jogo dos tronos acontece em todos os lugares! Hahahah). Winter vai se mostrar uma personagem forte e cativante, mesmo com suas limitações por não usar seu dom. Além disso, irá tirar várias risadas com seus momentos de loucura. Ela rapidamente se tornou minha personagem preferida depois de Cress.

Nesse livro, parece que tudo vai acontecer e ao mesmo tempo nada. Vários planos são montados e derrubados, te levando ao desespero. À todo o momento, seu coração acelera, pensando em como Cinder e seu grupo vai conseguir derrubar Levana, que está cada vez mais sádica e cruel. 

No volume final, todos os personagens terão vários lados explorados e ganham seu próprio espaço, nunca sendo deixados de lado e incrementando ainda mais a narrativa. Por um lado, temos o grupo revolucionário em Luna lutando contra o tempo para revelar que Cinder é a verdadeira rainha de Luna e convocar o máximo de pessoas possíveis para destronar a Rainha cruel. Já no palácio, Levana faz de tudo para encontrar Cinder e matá-la, ao mesmo tempo em que tem que lidar com seu casamento com o Imperador Kai – que ganha mais espaço na revolução de Winter e se mostra cada vez mais um ótimo líder. 

O livro tem um ritmo frenético e não te decepciona. Ao contrário do que acontece em muitas sagas em que algum livro sempre decepciona e muitas vezes o final deixa a desejar, com as Crônicas Lunares isso não acontece. Desde Cinder a história é ótima e só continua a crescer – e em Winter isso é levado a outro patamar. 

Mais do que os outros três volumes, nesse temos uma carga política muito maior e isso só torna o final melhor. Levana aos poucos é mostrada como a governante cruel e sem coração, que manipula seu povo através do medo e seu poder. Aos poucos, sua máscara vai caindo (literalmente!). Finalmente somos apresentados a verdadeira aparência da Rainha e sua história (deu um pouco de pena).

Não consigo imaginar um final melhor. Perto do clímax do livro, você está em total desespero, sem conseguir largar o livro. Tudo acontece junto e você é bombardeado por um monte de emoções. 

Todos os personagens têm um crescimento incrível. Thorne mostra seu lado mais sensível, mostrando que é um amigo leal (ELE E CRESS, MELHOR CASAL!!!! AH MEU DEUS!!!!!!) e que sabe sim ser heroico e altruísta. Cress se mostra uma protagonista forte e que se sacrificará por seus amigos sem pensar duas vezes. Lobo tem um final um pouco triste, mas seu amor por Scarlet parece ultrapassar qualquer barreira (no final senti uma pitada de A Bela e a Fera na história deles) e Iko continua demonstrando que mesmo para uma robô, ela tem um coração muito melhor do que muitos humanos.

Não vou estregar o final, mas garanto que ele será muito melhor do que qualquer um possa imaginar. Você termina o livro com um pequeno pesar, não querendo deixar nenhum daqueles personagens tão cativantes. Cada um deixa uma mensagem especial e quando chega o famoso FIM, tudo o que conseguia pensar é MARISSA MEYER, POR FAVOR, FAÇA MAIS UM LIVRO!!!!!!!!

E todos viveram felizes para sempre!!!!


Mavi Tartaglia

Guardiões da Galáxia Vol. 3 - Uma despedida agridoce

  Guardiões da Galáxia Vol. 3 chegou nesta quarta-feira (04/05) aos cinemas para fechar a trilogia do grupo, dirigido e roteirizado por Jame...