domingo, 12 de outubro de 2014

ARTE




“A arte diz o indizível, exprime o inexprimível, traduz o intraduzível” (Leonardo da Vinci)

Cada um vê a arte de um modo, de acordo com o que sente. Para mim, a arte é qualquer manifestação artística que consegue expressar os sentimentos das pessoas, fazendo-as sentir algo em relação ao que estão em contato. A arte pode te trazer lágrimas, risos, espanto, crítica e uma série de emoções, trazendo a tona a consciência e perspectiva do apreciador, assim como do criador, sendo uma das formas mais intimas de expressão. 

Desde o começo da humanidade o homem mostrou um lado destinado para a arte que com o tempo expandiu suas fronteiras. De pinturas na caverna até a arte moderna, a humanidade nunca conseguiu viver sem a arte como forma de expressão.

Ao longo dos anos, apesar de mudar e se modernizar, a arte sempre teve uma coisa em comum: seu objetivo. Lado a lado com a emoção, a arte é uma das formas mais conhecidas para a crítica e a condição social do momento. 

Hoje, em qualquer lugar que olhamos, nos deparamos com a arte, seja em uma propagando, seja ao ver uma pintura. Atualmente, há um leque de possibilidades para a arte. O que antigamente era praticamente restrito à pinturas, teatro e música, agora abrange uma área muito maior, como fotografia, arte digital, história em quadrinho, etc, que ganhou um grande impulso quando surgiu a sétima arte: o cinema. 

Escolher uma arte que mais aprecio é algo difícil. Sendo desde pequena ligada a esse assunto, vivi e cresci gostando de várias áreas. Mas a que sinto que tenho mais intimidade é a escrita que torna possível você sentir diversas emoções, te emocionando de todas as formas através de simples palavras. Algo que aprendi com a leitura e escrita é que as palavras têm poder próprio e você não pode contê-las.

Outras artes que me identifico são: a música e a dança, que através de simples acordes e movimentos do corpo podem te trazer uma enxurrada de emoções. O modo como um cantor utiliza sua voz para se revoltar e emocionar; ou como os movimentos cheios de delicadeza e o que uma pessoa pode fazer com o corpo ao se sentir ligado com a dança pode te tirar o fôlego. 

Além dessas citadas, sinto grande ligação com o cinema. É incrível como imagens junto com as palavras, o poder da criação de um filme, pode trazer sonhos a tona, fazendo o impossível tornar-se possível. O cinema é um lugar onde tudo pode acontecer, despertando desde seu lado mais infantil até o lado emocional com uma história de amor ou de guerra. 

Assim como a mim mesma, o mundo não seria nada sem sua forma mais natural de expressão e beleza: a arte. 

Mavi Tartaglia

sexta-feira, 28 de março de 2014

GENTILEZA


  

Hoje me deparei com um fato interessante. Na verdade, dois fatos: atos de gentileza.

Fiquei impressionada com o quanto dois gestos simples me deixaram tão feliz. Até recebê-los, não percebi que sentia falta de gestos tão genuínos.

O mundo em que vivemos hoje é o da pressa. Estamos sempre correndo para fazer alguma ou com algo em nossa cabeça, preso em nossos pequenos universos, que nem percebemos o que acontece ao nosso redor.

Não muito tempo atrás, atos de gentileza eram algo comum, como respirar, mas cada vez menos nos deparamos com atitudes sinceras. E quando isso acontece, pensar que a pessoa está com segundas intensões é nosso primeiro pensamento. Saber que o mundo pensa assim – que eu penso assim – é algo assustador.

Mas o mundo precisa parar um pouco e olhar para o além – além da nossa pressa, além de nós mesmos. Talvez uma senhora precise de ajuda com as compras ou alguém precise que a porta seja segurada por um instante. Dar uma dica, pegar algo que caiu no chão, um “bom dia”, ajudar um deficiente físico a atravessar a rua são coisas simples, mas que para muitos têm um significado enorme.

Então espalhe gentileza por aí de vez em quando. Não custa nada e pode fazer uma grande diferença.


Mavi Tartaglia

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

CRÍTICA: MÉTRICA (SLAMMED)


Métrica


Sinopse: “O romance de estreia de Colleen Hoover, autora que viria a figurar na lista de best sellers do New York Times, apresenta uma família devastada por uma morte repentina. Após a perda inesperada do pai, Layken, de 18 anos, é obrigada a ser o suporte tanto da mãe quanto do irmão mais novo. Por fora, ela parece resiliente e tenaz; por dentro, entretanto, está perdendo as esperanças. Um rapaz transforma tudo isso: o vizinho de 21 anos, que se identifica com a realidade de Layken e parece entendê-la como ninguém. A atração entre os dois é inevitável, mas talvez o destino não esteja pronto para aceitar esse amor.”

Imaginem um livro tocando em vários níveis. Esse é Métrica (Slammed). Já nas primeiras páginas, você percebe que o livro já se destaca pelo simples fato de que cada capítulo começa com um trecho de uma música (depois você descobre que todas são da banda The Avett Brothers, que também terão grande papel na trama, sendo a banda preferida de Layken e Will e usada até pela mãe da protagonista). A autora soube escolher com sabedoria os trechos das músicas, sendo elas sempre tocantes e com algo relacionado ao capítulo. 

Só com esse toque especial e diferente a autora já me conquistou. Mas aos poucos, você percebe que Métrica ainda tem muito a te surpreender. 

Já no começo, você é arrebato com fortes emoções vindas dos dois protagonistas e daqueles que amam e os cercam. Suas personalidades logo te cativam e ao passar as páginas, isso só tende a aumentar. Com calma, você vai ficando preso na trama, envolvido pelo romance dos personagens. O ponto de partida do romance deles e da própria trama (ao meu ver) é o primeiro encontro de Lake e Will, que a leva para uma competição de Slam (lugar onde as pessoas vão para ler suas poesias em forma de sentimento e usando muito suas expressões). É nessa competição que a autora mostra todo o seu potencial para a escrita e a forma marcante que a história será contada. 

“Tum Tum
Tum Tum
Tum Tum
Está escutando isso?
(A voz se demora na palavra escutando.)
É o som do meu coração batendo.
(Ela bate no microfone novamente.)
Tum Tum
Tum Tum
Tum Tum
Está escutando isso?
É o som do seu coração batendo.
(Ela começa a falar mais rápido e mais alto do que antes.)
Era o primeiro dia de outubro. Estava com meu suéter
azul, sabe, aquele que comprei na Dillard’s? Com a bainha dupla e buracos nas pontas
das mangas, dando até para colocar os polegares neles
se estivesse frio e eu não quisesse usar luvas?
Era o mesmo suéter que você disse que deixava meus olhos parecendo reflexos dasestrelas
nos oceanos.
Você prometeu me amar para sempre naquela noite...
E, caramba,
foi mesmo o que você
fez.
Era o primeiro dia de dezembro dessa vez. Estava
com meu suéter azul, sabe, aquele que comprei
na Dillard’s? O que tinha a bainha dupla e
buracos nas pontas das mangas, dando até para colocar
os polegares neles se estivesse frio e eu não quisesse usar luvas? Era o mesmo suéter que você disse que deixava
meus olhos parecendo reflexos das estrelas no mar.
Eu disse que minha menstruação estava três semanas 
atrasada.
Você disse que era o destino.
Você prometeu me amar para sempre naquela noite...
E, caramba,
foi mesmo o que você
fez!
Era o primeiro dia de maio. Estava com meu suéter
azul, mas, desta vez, a bainha dupla
estava puída e cada fio estava sendo forçado e esgarçado por causa da barriga que crescia.
Você sabe qual é. Aquele mesmo que comprei na Dillard’s? O que tinha buracos naspontas
das mangas, dando até
para colocar os polegares neles se estivesse frio e eu não quisesse usar luvas? Omesmo suéter
que você disse que deixava meus olhos parecendo reflexos das estrelas nos oceanos.
O MESMO suéter que você ARRANCOU do meu corpo enquanto
me empurrava no chão,
me chamando de puta,
dizendo que
não me amava
mais.
Tum Tum
Tum Tum
Tum Tum
Está escutando isso? É o som do meu coração
batendo.
Tum Tum
Tum Tum
Tum Tum
Está escutando isso? É o som do seu coração batendo.
(Há um longo momento de silêncio, quando ela põe as mãos na barriga, com lágrimas escorrendo pelo rosto.)
Está escutando isso? Claro que não. É o silêncio do meu útero.
Porque você
ARRANCOU
MEU
SUÉTER!”

Esse é o primeiro poema apresentado no livro e MEU DEUS, QUE POEMA! Eu senti meu coração sendo quebrado em um milhão de pedacinhos. Depois disso, você é pego constantemente por fortes emoções. O romance que parecia tão certo entre Lake e Will desmorona, e com ele, todas as esperanças que Lake tinha da nova cidade.

Todos os personagens de repente são colocados em uma trama envolvente e triste. Todos apresentam histórias dramáticas, mas o mais incrível, é a força que eles demostram ao passar do livro em nunca perder a esperança e aceitar que, às vezes, a vida é uma merda. 

“- Não foi a morte que deu um murro em você, Layken. Foi a vida. A vida acontece. Merda acontece. E acontece muito. Com muita gente.”

Conforme a trama se passa, a carga de drama aumenta, e com ela, as lições de vida. De repente, você não está lendo apenas um livro. Você está lendo algo puro, cheio de emoções que são jorradas em sua cara em forma de poesia e falas marcantes. 

É impossível não terminar esse livro com algo um pouco mudado em você. Eu sou manteiga derretida, então me acabei de chorar com o final do livro. Mas mesmo quem não é, não conseguirá segurar a emoção ao ler as palavras fortes Colleen. Ela trata sobre o amadurecimento, aceitação, raiva, amor e outros sentimentos fortes que você não pode fugir de forma sábia, mostrando que há sempre algo para lutar e que você pode dar um murro na cara da vida. 

Sobre a personalidade dos personagens, só tenho que elogiar. Lake mostra uma grande evolução ao longo da história e ao conhecer mais seus sentimentos, você começa a entender suas ações. Ela não foi uma personagem irritante como muitas que encontramos e toda sua carga emocional veio com uma explicação e sentimentos tão verdadeiros que é impossível se irritar com ela. Will rouba seu coração na primeira aparição e só faz você se apaixonar por ele ainda mais a cada página. Ele mostra uma atitude madura desde o começo, mas ao conhecer sua história, entende o longo caminho que percorreu e um dos que transmite mais ensinamentos e consegue nos emocionar mais.

“Morte. A única coisa inevitável na vida. As pessoas não gostam de falar sobre a morte porque isso as deixa tristes. Elas não querem pensar que a vida vai continuar sem elas, que todas as pessoas que elas amam vão ficar de luto brevemente, mas vão continuar respirando.”

Os irmãos mais novos dos protagonistas (Kel e Cauder) também conquistam seu coração. Aquele jeito de criança que cativa a todos e suas atitudes adultas apesar das idades faz nossos corações baterem mais forte. Eles foram dois personagens que proporcionaram bons momentos de riso e de emoção. Eddie, melhor amiga da Layken, tambpem proporciona bons momentos. Ela é aquela personagem cativante e que logo chama sua atenção e outra que vem com grandes lições durante o livro. Talvez uma das almas mais puras do livro, ela vem com uma grande carga emocional e mostra que por pior que a vida seja, você sempre pode dar a volta por cima. Seus momentos descontraídos (que são a maioria. Ela é muito animada) a torna uma amiga verdadeira e fiel, e sua história no livro é gostosa de acompanhar.

Uma personagem que realmente me surpreendeu foi Julia, mãe de Layken. No começo, ela me irritou um pouco e apesar de aparentar ter um pequeno papel, cresce com a história. Ela foi a personagem que mais conseguiu me arrancar lágrimas e com palavras e conselhos que só mães possuem. Sua força demonstrada no livro é algo motivador e seus conselhos conseguem te marcar. Esse é um trecho da carta de Julia:

“Encontrem um equilíbrio entre cabeça e coração. Espero que tenha encontrado isso, Lake, e pode ajudar Kel a descobrir isso também quando for a hora certa.

Ampliem seus limites, é para isso que eles existem.

Este trecho roubei da sua banda preferida, Lake. “Lembrem-se sempre de que o que mais vale a pena ser compartilhado é o amor que nos faz compartilhar nosso sobrenome.”

Não levem a vida tão a sério. Deem um murro bem na cara dela quando ela estiver precisando de uma boa surra. Riam dela.

E riam muito. Nunca passem um dia sem rir pelo menos uma vez.

Nunca julguem os outros. Vocês dois sabem muito bem como acontecimentos inesperados podem mudar quem a pessoa é. Sempre pensem nisso. Nunca se sabe pelo que uma pessoa está passando em sua vida.

Questionem tudo. Seu amor, sua religião, suas paixões. Se não questionarem, nunca vão obter respostas.

Sejam compreensivos. Em relação a tudo. Às diferenças das pessoas, suas semelhanças, escolhas, personalidades. Às vezes, é a variedade que faz uma coleção ser boa. O mesmo se aplica às pessoas.

Escolham bem suas batalhas, mas não escolham muitas.

Tenham uma mente aberta; só assim coisas novas chegarão a vocês.

E, por último, mas nem um tiquinho menos importante. Nunca se arrependam.”

E este é um dos poemas de Will. Foi o que mais me emocionou e me levou as lágrimas, além de ter partes lindas e tocantes. 

“Eu conheci uma garota

Uma garota linda

E me apaixonei por ela.

Me apaixonei pra valer.

Infelizmente, às vezes, a vida fica no caminho

A vida com certeza ficou no meio do meu caminho.

Ficou totalmente no meio do meu maldito caminho, 

A vida bloqueou a porta com um monte

de tábuas de madeira gigantes, marteladas juntas e grudadas numa

parede de concreto de quarenta centímetros, atrás de uma

fileira de barras de aço maciço, parafusadas numa

estrutura de titânio e não importava com quanta força eu tentasse empurrar...

Aquilo

não

se

mexia.

Às vezes, a vida não se mexe.

Ela apenas vai bem para o meio do seu maldito caminho.

Ela bloqueou meus planos, meus sonhos, meus desejos, 

meus anseios, minhas vontades,

minhas necessidades.

Ela bloqueou aquela garota linda 

por quem me apaixonei tanto.

A vida tenta dizer o que é melhor para você.

O que deve ter mais importância para você.

O que deve vir em primeiro lugar 

Ou segundo

Ou terceiro.

Tentei tanto deixar tudo organizado, empilhado, em

ordem alfabética ou cronológica, tudo em seu 

espaço perfeito, em seu lugar perfeito.

Achei que era isso que a vida queria que eu fizesse.

É isso que a vida precisava que eu fizesse.

Não é?

Deixar tudo ordenado?

Às vezes, a vida fica no meio do caminho.

Fica totalmente no meio do seu maldito caminho.

Mas ela não fica totalmente no meio do seu maldito

caminho por querer que você desista e deixe que assuma o 

controle. A vida não fica totalmente no meio do seu 

maldito caminho só porque quer que você deixe tudo nas 

mãos dela e seja levado por ela.

A vida quer que você lute.

Que aprenda a fazer uma vida sua.

Ela quer que você pegue um machado e destrua 

a madeira.

Ela quer que você pegue um martelo de forja e quebre 

o concreto.

Ela quer que você pegue um maçarico e queime o metal e 

aço até conseguir alcançar lá dentro e agarrar.

A vida quer que você agarre tudo que há de organizado, 

em ordem alfabética e cronológica. Ela quer que você 

junte tudo.

mexa tudo, 

misture.

A vida não quer que você deixe que ela diga que seu

irmão 

mais novo é a única coisa que vem em primeiro lugar.

A vida não quer que você deixe que ela diga que sua 

carreira e seu estudo são as únicas

coisas que vêm em 

segundo lugar.

E a vida não quer mesmo que eu 

simplesmente deixe que ela me diga 

que a garota que conheci

— a garota linda, forte, incrível e corajosa por quem me apaixonei tanto — 

deve vir somente em terceiro lugar.

A vida sabe das coisas.

A vida está tentando me dizer

Que a garota que eu amo. 

A garota por quem me apaixonei

tanto

Pode sim ficar em primeiro lugar.

Eu vou colocá-la em primeiro lugar.”

PS: O segundo livro, Pausa, já foi lançado no Brasil. Os livros formarão uma trilogia, apesar de eu ter achado que o primeiro terminou em um bom lugar (mas não, essas autoras não querem que seus casais sejam felizes! Não basta o drama do primeiro, tem que piorar no segundo!). O terceiro livro será a história contada pelo ponto de vista de Will *---*

PS2: Indico que escutem a banda The Avett Brothers. As músicas são uma delicia de ouvir, além de terem as letras lindas.

Mavi Tartaglia

Guardiões da Galáxia Vol. 3 - Uma despedida agridoce

  Guardiões da Galáxia Vol. 3 chegou nesta quarta-feira (04/05) aos cinemas para fechar a trilogia do grupo, dirigido e roteirizado por Jame...