domingo, 21 de agosto de 2016

Resenha - Objetos Cortantes, Gillian Flynn



Olá! Hoje trago para vocês a resenha de um romance policial, Objetos Cortantes, de Gillian Flynn, mesma escritora de Garota Exemplar. 


Sinopse: “Uma narrativa tensa e cheia de reviravoltas. Um livro viciante, assombroso e inesquecível. Recém-saída de um hospital psiquiátrico, onde foi internada para tratar a tendência à automutilação que deixou seu corpo todo marcado, a repórter de um jornal sem prestígio em Chicago, Camille Preaker, tem um novo desafio pela frente. Frank Curry, o editor-chefe da publicação, pede que ela retorne à cidade onde nasceu para cobrir o caso de uma menina assassinada e outra misteriosamente desaparecida.

Desde que deixou a pequena Wind Gap, no Missouri, oito anos antes, Camille quase não falou com a mãe neurótica, o padrasto e a meia-irmã, praticamente uma desconhecida. Mas, sem recursos para se hospedar na cidade, é obrigada a ficar na casa da família e lidar com todas as reminiscências de seu passado. Entrevistando velhos conhecidos e recém-chegados a fim de aprofundar as investigações e elaborar sua matéria, a jornalista relembra a infância e a adolescência conturbadas e aos poucos desvenda os segredos de sua família, quase tão macabros quanto as cicatrizes sob suas roupas.”

Uma das coisas que me fazem mais gostar dessa escritora são suas protagonistas fora do clichê. Por ser um romance policial, já não temos aquele ar que todas as protagonistas têm. Porém, além de serem a personagem principal, Flynn nos apresenta personagens fora do padrão, fora de nosso costume. Personagens femininas não muito delicadas, não inclinadas á coisas como maternidade, entre outros. Então ela pega essas personalidades peculiares e as transforma em psicopatas (em sua maioria). 

Essa característica é marcante em seus livros e não posso não dizer que essa é a principal razão do porquê aprecia tanto os livros dela. As personagens nunca se comportam como você imagina, o que acaba instigando ainda mais para continuar a leitura.

Depois de Lugares Escuros, esse é o livro da escritora mais impactante. Você termina a leitura com uma sensação de incomodo, perguntando-se como personagens tão problemáticos conseguiram chegar até ali (como ninguém nunca percebeu que aquela família precisava de ajuda?). 

Em alguns momentos, a leitura é um pouco devagar, mas já passei por isso com os outros livros da autora. Mas quando a trama te pega, você fica louco para chegar até o final logo. Tudo parece resolvido e então, de repente, não está.

Esse é o livro com o final um pouco mais previsível que os outros da autora. Talvez por ser seu primeiro, ela ainda não sabia explorar totalmente seu potencial. A trama possui alguns problemas, como o desenvolvimento de alguns personagens que poderia ter sido melhor. 

Apesar de ser o primeiro livro da autora, ela já mostra que sabe para o que veio. Em seus outros livros mostra sua evolução clara (para mim Garota Exemplar é um dos melhores livros que já li). No entanto, não tira o mérito dessa obra. 

Se você já leu outros livros da autora, não irá se decepcionar por esperar um livro tão chocante quantos os outros (ela é mestre em te deixar nem um pouco confortável durante a leitura), você terá um final fora do comum também. Gillian sabe muito bem como trabalhar com personagens problemáticas e usar isso em sua obra para guiar a narrativa.

A autora sabe muito bem como explorar o lado feio do ser humano, e ter isso jogado na sua cara como foi feito nesse livro, é de tirar o folego. Ela põe em dúvida o que a natureza humana esconde e o que ela pode causar quando problemas sociais e pessoais não são lidados. 

No final, ele é meu segundo preferido da autora. Achei a narrativa mais fácil de lidar do que Lugares Escuros, apresentando um final satisfatório e que nos mostra porque essa autora está fazendo grande sucesso.

Mavi Tartaglia

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Esquadrão Suicida


Olá, pessoas! Depois de tantos comentários, vou me render e finalmente falar o que achei de Esquadrão Suicida.


Não, eu não odiei o filme. Esperava mais, claro. A grande maioria esperava mais. Mas posso dizer que não senti que foi uma experiência desperdiçada após sair do cinema. 
Ultimamente, todos os filmes de super heróis tem gerado uma grande expectativa. Com a Marvel já consolidada no mercado, e com os filmes que apesar de terem algumas críticas negativas, a maioria é grande sucesso de público e até mesmo de alguns críticos. Com esse cenário, fica impossível não gerar uma grande expectativa e comparações com o mundo da DC, principalmente porque esta está investindo agora em seu universo de super heróis (depois de anos, finalmente teremos o filme da Liga da Justiça).

Mas voltando a Esquadrão. Uma coisa que TEM QUE ficar clara é que os filmes da DC são mais sombrios que os da Marvel. Mas cada um com seu estilo. Eu acho bacana ter esses dois, completamente diferentes e que ainda me agradam. Eis que a DC resolveu que agora quer colocar um pouco de humor em seus filmes. Eu acho que se for bem feito, é muito bem vindo. Ter aquele filme pesado e sombrio, mas com leves pitadas de humor na hora certa, pode até tornar o filme melhor. E é aí que entra uma das grandes críticas do filme: tentaram colocar um humor, que segundo muitos, não funcionou. 

Se pegar o primeiro trailer divulgado na Comic Con de 2015 e comparar com os mais recentes, fica claro essa mudança de estratégia. Para mim, teve algumas falhas nesse quesito, sim, mas particularmente gostei. Tentar fazer isso com o filme do Esquadrão pareceu o certo. Seria um tom sombrio e divertido que poderia combinar com a trama, algo que já não funcionaria tão bem com Batman vs Superman ou um filme solo do Batman. Talvez o que prejudicou um pouco foi eles terem confiado muito nesse tom, o que algumas vezes os deixou perdidos, mas ao meu ver, nada extremo. Vejam os trailers abaixo para compará-los. 




Gostei da personalidade da Arlequina, louca, com tiradas que nos fazia rir. Com toda certeza, um dos grandes destaques do filme. E mesmo com todo seu humor, podemos ver um outro lado dela. Talvez esse outro lado poderia ter sido um pouco mais explorado; mas acredito que essa não tenha sido a falha do filme. Na verdade, ela foi um dos grandes destaques, senão o destaque do filme. A atriz está de parabéns e maravilhosa no papel. Dela, não senti falta de nada e com certeza conquistou muitos fãs (minha mãe adorou a personagem dela e ela não é uma pessoa muito fácil de agradar). De todos os personagens, ela foi a melhor escolha para ter as tiradas. 

Outro ponto que eu AMEI foi a trilha sonora. Nada como um filme com uma trilha sonora digna, que faça as cenas dos filmes ficarem ainda melhores. O filme já começa arrebentando nesse quesito, já nos apresentando Pistoleiro e Arlequina de forma que nos conectássemos com eles através da música (além de terem sido os personagens de maior destaque no filme). 

O que prejudicou Esquadrão Suicida foi sua edição. Sim, o filme ficou com muitas partes picotadas, o que dificultou o entendimento das sequências das cenas e a fluidez do filme. Na minha opinião, a primeira parte foi a mais complicada. Todos os personagens foram apresentados rápidos demais (em alguns casos funcionou, em outros, como da Arlequina, acredito que deixou muitas brechas e muitas cenas boas de fora). Alguns personagens não foram devidamente apresentados (exemplo, Katana) e depois mal explorados no filme, quase parecendo um figurante, nos levando a pergunta de "por que ele está no filme?'. Todos os filmes passam por alguns cortes, principalmente quando o filme fica muito longo (agradecemos às versões estendidas lançadas posteriormente), porém a maioria isso é bem feito. Com este filme, infelizmente, isso não ocorreu, o que o levou quase inteiramente água abaixo. 

Alguns personagens poderiam ter mais destaque, sim, claro, assim em cada filme explorava um pouco mais da história de alguns; porém o problema foi que a disparidade entre eles foi MUITO grande. Muitos personagens bons que foram mal utilizados. O filme foi basicamente Arlequina, Pistoleiro, Amanda e Flag. Por que tantos personagens se eles seriam deixados para escanteio? 

A Magia foi uma personagem que foi afetada muito pela edição, o que prejudicou a história. Suas primeiras cenas foram confusas, a vilã mal explorada, sem realmente explicar seus objetivos ali. Sua transformação de membro do esquadrão para vilã foi muito de repente. Do nada ela virou alguém que precisava ser parada, mas ao mesmo tempo dividia o papel de vilão com seu irmão, não mantendo um foco só. 

Entrando para outra parte que não gostei: como foi tratado a relação da Arlequina com o Coringa. Sim, eles romantizaram DEMAIS o casal. Não é o mesmo que vemos nas HQ'S e desenhos da Liga. Coringa não parece como abusivo e sim como um namorado que se importa, o que é totalmente mentira e contraditório com o personagem. Só aí, já senti que tiraram muito da personalidade do vilão. Para quem não conhece a história, sai do cinema achando que ele a ama e faria tudo por ela. 

Então chegamos na grande questão do Coringa. Colocaram uma puta expectativa nela, com um puta marketing, para no final não termos praticamente nada e sairmos frustrados. O primeiro erro foi fazerem tanta propaganda com ele, quando na verdade, ele nunca foi um personagem que seria ativo na trama, e sim usada apenas como apoio para Arlequina. Fizeram parecer que teríamos novamente o vilão icônico conosco. Somente isso já colocou uma grande pressão no filme e no ator, gerando ALTÍSSIMAS expectativas. Justamente por isso, desde o começo eu falava o quanto tinha medo de não gostar dessa versão. No fim, não gostei e nem odiei. Não consegui formar uma opinião quando as cenas dele mal foram utilizadas. Mas o filme fez transparecer que o personagem não é aquele grande vilão que estamos acostumados. 

O que realmente odiei foi o figurino dele. Desde quando foi divulgado não gostei e podem falar o que quiser, continuarei não gostando. Para mim, não ficou com cara de Coringa, não transmite a grande personalidade dele. Queriam dar uma modernizada, mas acabaram descaracterizando demais. Eu não consigo levar o personagem tão a sério com aquela roupa. O que curti foi a risada dele, meio macabra, meio irônica. 

Resumindo, coloco a culpa de ter não sido um filme esplêndido por tais motivos: uma edição que prejudicou MUITO o filme e o marketing enganoso, que nos prometia um certo filme e recebemos outro.
No final, sai do filme achando ele um BOM filme. Garantiu boas horas de diversão e distração. Os personagens que foram bem explorados não me deixaram a desejar (Viola Davis rainha, fez A Amanda) e com pontos no filme que fizeram valer a pena.

A única coisa que espero é que depois disso, a DC aprenda com seus erros e nos traga filmes que realmente superem e satisfaçam as expectativas dos fãs (POR FAVOR, NÃO ESTRAGUEM MULHER MARAVILHA, PORQUE AÍ A COISA VAI FICAR SÉRIA!!!).

Enfim, ele possui personagens com grande potencial para serem explorados futuramente em outros filmes se souberem conduzir. Ao final, Esquadrão Suicida conseguiu se firmar somente como um filme de entretenimento, porém sem nenhum adicional de fortes impressões.

Mavi Tartaglia

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