domingo, 17 de maio de 2015

VILÕES



Quem me conhece, sabe que tenho um pouco de fanatismo por vilões (às vezes torço mais por eles que pelos mocinhos). Mas até quem não é fã de vilões não consegue negar o impacto que eles têm. É incrível o que um vilão bem montado e apresentado pode fazer. Heath Ledger viverá para sempre com uma das melhores interpretações do famoso Coringa. Até em filmes “infantis” (coloco o termo entre aspas porque sempre irei chorar com esse filme e não gosto de caracterizar animações como filmes para crianças) como Rei Leão, contamos com uma espécie de vilão, Scar, que marcou a infância de muitos (entendem agora porque ainda choro?).

Há vezes que o impacto do vilão é tão grande que chega a tirar a atenção do protagonista. Quando falamos em Star Wars, inegavelmente, a primeira pessoa que você irá se lembrar é Darth Vader (um dos vilões eternizados pelo cinema). Quem não sentiu falta de Loki em Vingadores: Era de Ultron? Eu fiquei na esperança de vê-lo até a tela do cinema apagar. Não posso negar que Tom Hiddleston roubou muitas cenas nos filmes da Marvel com sua interpretação brilhante. Costumo dizer que sabe-se que um ator é realmente bom quando consegue interpretar um vilão com tanta convicção que nós acabamos torcendo por ele, mesmo ele sendo a imagem da crueldade em pessoa (só eu pensei em Klaus Mikaelson?).



Enfim, fica evidente que alguns filmes e séries fazem sucesso por seus vilões. As reviravoltas que eles trazem para as histórias, assim como expectativa, ativa nossa curiosidade, sendo impossível não ter um pouco de afeto por eles.

É nesse ponto que entro em algo crucial nas histórias dos vilões, o que gerou minha revolta por muito tempo. Virou meio que comum o fato de que os vilões estão sendo humanizados (não é algo que acho ruim, mas pode ficar enjoativo). Em séries e filmes, ao nos apresentarem os passados dos vilões, nos mostram que em sempre eles foram pura maldade, mas sim circunstância de algo que aconteceu em seus passados (Regina Mills ou Rainha Má em Once Upon a Time e muitos outros). Isso também acontece em muitos livros e como leitora ávida, consegui identificar um padrão.

Alguns, no entanto a minoria, não acabam se tornando vilões por suas histórias conturbadas no passado. E quando você acredita que o vilão é tão cruel que não tem como a história ficar melhor, vão e estragam tudo dando um momento de humanidade para eles, o que talvez os definam pelo resto da história. 

Depois de ver muitos padrões como esses, comecei a reclamar. Estamos com falta de vilões puros, com pura crueldade e puras maldades. Por que não podemos ter um vilão que é simplesmente vilão, que faz maldade pelo puro prazer ou beneficio? 

Para deixar bem claro, não nego que os vilões humanizados ou com histórias tristes no passado sejam ruins. Pelo contrário, é um modo de trazê-los mais perto da nossa realidade e nos fazer acreditar que até o pior vilão também é humano (talvez uma forma de redimi-los por todas as maldades?). 

Porém, sinto que de vez em quando necessitamos de algo diferente e não tão previsível. As histórias podem até ser completamente diferentes (Klaus e Rainha Má possuem motivos diferentes para se tornarem vilões), mas sabemos o que esperar. 

Então eis que recentemente, Once Upon a Time veio com a proposta das Queens of Darkness para a temporada 4B. Todos ficaram na expectativa de ver alho explosivo e vilões tão fodas quanto o Senhor das Trevas de volta para a série. E no fim não deu em quase nada (mas isso é assunto para outro momento). O ponto que quero chegar foi a inesperada e muito bem vinda surpresa da personagem Cruella De Vil. Em primeiro lugar, amei a caracterização do personagem. Mas o que mais me agradou foi o episódio focado em sua história e como me surpreendeu!



Primeiramente, palmas para Victoria Smurfit, que viveu a personagem de forma intensa e convincente. O começo de sua história pareceu cair naquele padrão que eu falava acima – ela ser boazinha e algo a transformar na vilã de atualmente. E a atriz convenceu maravilhosamente nesse papel. E então temos uma reviravolta! Ela nos enganava o tempo todo e o motivo de sua crueldade era simplesmente por ser má. Que momento glorioso! Nos tempos de altos e baixos de OUAT ultimamente, foi como uma brisa de ar fresco (gostaria de incluir aqui todos os filmes, séries e livros que precisam se arriscar um pouco mais e nos trazer surpresas como essa). 

Vilões continuarão a marcar histórias e nos apresentar histórias e atores incríveis! A única coisa que peço é que tenham a coragem de nos surpreender de vez em quando.

Mavi Tartaglia

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