sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Meu livro

   Quem me conhece sabe que escrevo livros (até o final do ano, se Deus quiser, termino de escrever pelo menos um deles).
    Hoje estou aqui para postar o prólogo do primeiro livro (ainda sem nome) de The Protectors. Espero que gostem.


Prólogo


Amber nunca imaginou passar por aquilo novamente. Mabelle muito menos. Elas se viam em um corpo que parecia ser o de antes, mas não era. Aquele corpo não conhecia a sede, não conhecia a dor da estaca atravessando seu coração. Mas suas almas conheciam. O sofrimento, a sede de sangue, a lembrança de como os minutos pareciam se arrastar. E finalmente, quando viu que estava prestes a perder quem amava, a coragem. O último suspiro de força, o último suspiro de sua vida.
Amber encolheu-se. A lembrança da dor era uma das piores. Mas a pior, era ouvir a voz de seu amado dizendo para ela não fazer aquilo para logo depois chamá-la em vão.
Elas estavam caindo novamente. Aquela estranha dimensão onde ficara presa uma vez. Elas estavam voltando. A água negra e gelada prendendo-a. O sentimento de solidão em seu coração.
Ela viu Ethan e Willian se olharem com raiva. Seu corpo doía a cada respiração que dava. Ela queria se levantar do chão e correr com ele para fora de lá, mas não conseguia.
Naqueles segundos finais, que se passavam com o tic tac frenético de um relógio que não podia ser parado, elas puderam ver o que acontecera a mais de duzentos anos atrás. Com um aperto no coração, elas perceberam o que se passava em suas frentes.
A história estava se repetindo...


Crescendo

 

Quinze Anos

Há quinze anos, eu nasci. Depois de muita luta, meus pais finalmente me ouviram chorar pela primeira vez, puderam me tocar pela primeira vez. Aqueles olhos brilhantes que todos os pais têm ao ver o filho recém-nascido.

            E toda vez que passo por um momento de dificuldade, minha mãe e minha avó olham para mim e falam: sabia que seu nome é Victória porque você é uma vitória de Deus? E eu sempre falo que sim, porque já dentro da barriga, eu era uma vitória.

            Meus pais assistiram eu dar meu primeiro sorriso, falar minha primeira palavra, assistiram minhas vitórias e desilusões.

            E agora aqui estou eu, fazendo quinze anos. Falam que é nessa idade que a menina está virando mulher. A menina crescida amadureceu, pode dar seus passos na vida sozinha.

            Mas eu vou dizer algo: eu ainda não sou uma mulher. Nessa idade, nenhuma de nós está grande o suficiente para fazer escolhas sozinha, não está pronta para enfrentar essa mundo seu um apoio, sem alicerce.

            Porque é nessa idade que iremos nos apaixonar para logo depois nos decepcionar. E então nos apaixonar novamente.  É agora que estamos vivendo os momentos mais importantes com nossos amigos. E é nesse momento que estamos confusos, cheios de dúvidas.

            Não é hora para crescer sozinha ainda. Porque atrás dessa menina com corpo de moça, tem uma alma de criança. Uma criança que tem medo do escuro, medo de se perder no mundo, medo de sofrer. É nesse momento quando mais precisamos daqueles que nos deu a vida para serem nossos alicerces. Eu ainda quero ser a menininha da mamãe que a veste todos os dias como se ela fosse uma bonequinha; ainda quero ser a princesinha do papai, aquela que ele ergue no ar e protege de todos.

            Neste momento de nossas vidas, pensamos que somos os donos da verdade, pensamos que podemos escolher nosso caminho e seguir em frente sem ajuda, fazemos nossos pais pararem do outro lado da rua para os amigos não os verem.

            E nada disso é verdade. Só percebemos isso quando erramos, estamos à beira do desespero. É a nossa mãe que vai chorar conosco, é o nosso pai que vai dar colo para você como se fosse uma garotinha novamente.

            Uma música diz assim: “tire fotos mentais do seu quarto de infância, memorize o som de quando seu pai chega em casa, se lembre dos passos, lembre-se das palavras ditas [...] Eu acabei de me dar conta de que tudo que tenho um dia irá embora.”

            Eu fiquei pensando nessa música. Lembrei-me do meu quarto rosa com uma menininha pintada na parede em Itatinga, lembrei-me de todas as vezes que ouvia a porta bater avisando que meu pai chegou em casa e eu corria para os seus braços ou lhe dava um susto escondida no corredor.

            E saber que tudo isso, essas pequenas coisas, realmente vai embora. Um dia você terá sua própria vida, sua própria família. E é por isso que não quero perder esse momento. Um momento tão especial que marca nossas vidas.

            Esse é o nosso tempo de errar, o tempo onde sempre vai ter alguém para te abraçar forte quando você precisar. É a hora de viver, antes de sabermos quem seremos, o que faremos da vida. Vai descobrir que o tempo muda tudo, ele cura tudo, e leva tudo. Lembranças, o passado, o presente...

            Vai chegar um dia que olhará para sua fotos, terá trinta anos, um marido, talvez filhos. E olhando para essas fotos, de quando você era criança, adolescente, irá perceber que cometeu muitos erros, mas viveu muita coisa boa.

            Lágrimas irão cair de seus olhos, você vai desejar ter dito mais para sua mãe que a ama e ter dito mais ao seu pai que ele é o único, o seu herói.

            Minha mãe tem muitos defeitos, mas a melhor coisa dela é seu amor por mim. Como ela chora comigo, faz tudo por mim. Adoro as loucuras e infantilidades dela, amo quando ela fala que sou o bebê dela. Porque eu sou.

            E meu pai que eu tive receio em vários momentos por motivo nenhum. Eu descobri esse ano que ele continua sendo o herói que eu pensava que ele era quando tinha cinco anos. Ele não tem poderes mágicos e nem pode voar, mas ele pode me abraçar e fazer-me sentir segura de novo.

            Às vezes tem aqueles momentos que você deseja ser uma criança novamente, onde o mundo era bonito, o seu único medo era o escuro. Mas eu percebi que não posso voltar a ser criança, que eu vou passar por todas as fases de minha vida e sempre vou aprender. Não quero mais perder meu tempo. Quero viver antes que seja tarde demais.

            Agora tenho quinze anos. Posso sentir a responsabilidade vindo, posso sentir que estou me tornando uma pessoa melhor, uma mulher. Mas ainda assim, é muito cedo.

            Minha mãe uma vez me disse que eu sou como uma gaivota, tenho asas e quero voar para bem longe, e não devo deixar ninguém nunca cortá-las. Ela e meu pai me ensinaram a voar, e agora eles estão me ensinando os caminhos da vida.

            Chegará um dia que serei uma mulher completa e eles irão me libertar, para finalmente, voar sozinha.

            Mas por enquanto... Por enquanto só quero ser o que sempre fui. Quero viver minha vida dando risadas com meus amigos e chorando no colo dos meus pais.

            Por enquanto, só quero ser essa criança em um corpo de mulher...


Maria Victória

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