sábado, 16 de novembro de 2013

CRÍTICA DE JOGOS VORAZES: EM CHAMAS



Crítica Jogos Vorazes: Em Chamas


Esse filme com certeza entrará para a lista dos melhores do ano. Com um tom sombrio, misturando ação e romance, além aquela crítica sutil e pesada ao mesmo tempo que encontramos no livros, Jogos Vorazes: Em Chamas irá agradar a todos, inclusive os fãs. 

Já no começo, vemos que esse filme é mais pesado que o primeiro. Em um das primeiras cenas, já vemos o quanto Katniss está abalada pelos jogos e o quanto tudo mudou, não somente com ela, mas por toda Panem. Rapidamente, podemos ver o grande teor político e de crítica que envolve esse filme, com Katniss nas mãos do presidente Snow e das rebeliões e levantes que ela, chocada, começar a presenciar na Turnê da Vitória. 

Todo esse cenário é ricamente construído. A direção de imagem não deixou a desejar, que através dos cenários meio apagados, combinava perfeitamente com os sentimentos dos personagens. O contraste do luxo e pobreza também foi bem trabalhado, principalmente quando somos levados a Capital onde o luxo transborda e que o próprio Peeta revela que é absurdo o modo como eles passam fome no Distrito 12 enquanto na Capital as pessoas passam mal para simplesmente comer mais. 

Outra parte que está de parabéns é o figurino. Desde o figurino triste e cinzento no Distrito 12 até chagar ao luxuoso na Capital, já podemos ver que o figurino está melhor. Mas os melhores trabalhos se encontram na cena da carruagem, com o figuro de babar de Peeta e Katniss que estão em chamas, e especialmente, o vestido de noiva que dá lugar ao tordo de Katniss. Essa transformação foi surpreendente, fazendo todos ficarem de olhos arregalados e boca aberta; além de ter dado uma ótima abertura ao destino de Cinna que mostra claramente o que acontece com aqueles que desafiam a Capital. 

Os efeitos visuais também são claramente melhores. A arena está mais bem montada e o efeito está tão bom que não parece àquela coisa falsa. 

Mas o que realmente se destaca nesse filme é o elenco. Ás vezes era difícil saber quem roubava mais a cena. No papel principal, Jennifer Lawrence arrebenta como Katniss (essa mulher é uma puta atriz, meu Deus!). Nesse filme, vemos a atriz trabalhar mais suas expressões que ás vezes é tão perturbadora que nos leva ao desespero, principalmente no final do filme, quando a câmera foca em seu rosto e vemos em seu rosto a mudança dela: vemos aquela expressão de assustada de repente se tornar determinação. É nesse ponto que fica claro que Katniss se transformou no Tordo. Jennifer está de parabéns, cada vez mais melhorando sua atuação. Josh Hutcherson mais uma vez faz jus ao Peeta, mostrando aquela doçura e bondade que talvez faça o personagem o mais humano de todos ali. Vi um amadurecimento na interpretação de Josh que nesse filme pareceu se aprofundar mais no personagem. Suas expressões também foram mais bem trabalhadas e senti que ele teve uma participação mais nesse segundo filme, não decepcionando. 


A volta de Elizabeth Banks como Effie também não decepcionou. Dessa vez vemos a personagem dela não tão “alienada” quanto no primeiro. Pela primeira vez, vemos que ela percebe que o mundo em que vive é injusto quando seus vencedores são mandados para a arena novamente. Em relação a Woody Harrelson, não tenho nem o que comentar. O ator continua perfeito em seu papel como o mentor de Katniss e Peeta, dando humor a cenas e ao mesmo tempo, sendo um dos mais sensatos em relação a revolução. Donald Sutherland é outro que retoma o seu papel com perfeição, mostrando claramente a frieza do presidente Snow e sendo a imagem da Capital, assim como Katniss é a da revolução. Uma das coisas que me marcou no filme foi a transformação de Prim para uma criança mais madura, algo que pega de surpresa a própria protagonista.Willow Shields merece meus parabéns por mostrar tão claramente o quanto a personagem amadureceu e mal vejo a hora de vê-la agindo mais em A Esperança. Stanley Tucci também volta como o inesquecível Caeser Flickerman e Liam Hemsworth como Gale, que nesse segundo filme mostra mais claramente seus sentimentos pela protagonista.

Mas o que realmente me surpreendeu foi o novo elenco. Eu não esperava gostar tanto deles e com certeza eles foram um dos motivos para o tamanho sucesso do novo filme. Primeiramente temos Philip Seymour Hoffman como Plutarch que com certeza se destacou ao lado do presidente Snow. Durante o filme inteiro somos convencidos que ele pode ser quase tão cruel quanto o presidente, principalmente pelo modo que ele fala de Katniss e seu sorriso cínico que nunca morre. É no final que fica claro em que lado ele realmente estava e entendemos porque sempre adiava a morte de Katniss. Lynn Cohen foi uma Mags perfeita, brilhando em sua interpretação e sua morte, apesar de não ter sido tão impactante como outras, foi emocionante e me levou a lágrimas. Destaque também para Amanda Plummer com seu tique-taque e para Jeffrey Wright foi um Beetee perfeito. Mas os maiores destaques do novo elenco foi Sam Claflin com seu Finnick perfeito (eu já o adorava, depois desse filme fiquei apaixonada). Sam soube dar o toque perfeito para o personagem, dando duas personalidades totalmente contrárias: a pinta de "eu sou o cara” e a doçura em relação à Mags e Annie. Sam realmente surpreendeu como Finnick e não vejo como alguém poderia ter sido melhor. Mas a que realmente roubou a cena foi Jena Malone. Tenho que admitir que eu não havia gostado da escolha da atriz por ser um pouco diferente da descrição do livro, mas ela conseguiu me fazer mudar de opinião e ainda por cima se tornar uma das minhas preferidas. Em TODAS as cenas que Jena aparecia, ela conseguiu roubar a cena. Sua interpretação meio ousada e rebelde se destacou e a atriz merece aplausos (quem não amou a cena do elevador?). 

A trilha sonora também merece destaque. As músicas mais marcantes do primeiro filme permaneceram e as novas ficaram na medida certa. Souberam explorar as músicas de modo perfeito e encaixá-las no filme de forma certa. 

O filme foi extremamente fiel aos livros (a melhor adaptação que já vi), o que me deixou extremamente feliz. A única cena que realmente senti falta foi o Plutarch mostrando o relógio para a Katniss, mas fora isso, foi perfeito. Uma parte que gostei bastante, mesmo que rápida, foi ver Mags se voluntariando no lugar de Annie, dando-nos um vislumbre da amada de Finnick. 

Em relação à emoção, posso dizer que esse foi muito mais emotivo. No primeiro filme, as únicas cenas que realmente me emocionaram foi Katniss se oferecendo no lugar de Prim e a morte de Rue. Já Em Chamas conseguiu me fazer chorar praticamente de dez em dez minutos. Francis Lawrence soube mesclar as cenas de humor, romance e impacto de forma perfeita, e em um minuto você estava rindo e no próximo aos prantos. Teve vários momentos no filme em que eu mal conseguia ficar na cadeira de tanta emoção e eu me arrepiei em várias cenas, em especial a última cena, quando o símbolo do Tordo vira o símbolo de A Esperança (sério, esse diretor quis me matar!). 

O que tenho a dizer, no fim, é que o filme foi mais do que muitos esperavam e o final deixou com um gostinho de “quero mais” que deixou todos aflitos. Sinceramente, não sei como sobreviverei até sair o próximo filme. 

Obs: Algo que realmente me emocionou foram os momentos que os fãs levantavam as mãos fazendo_|||_. Isso realmente me deu arrepios. Os aplausos e gritos no final do filme também foram lindos!

Mavi Tartaglia






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