quinta-feira, 13 de maio de 2021

Crítica Shadow And Bone (Netflix)

 



Shadow and Bone foi anunciada com a promessa de ser a nova sensação de fantasia, chegando a ser mencionado que substituiria o vazio deixado por Game of Thrones. Lançada em 23 de abril pela Netflix, a série conseguiu cumprir o que prometia?

Sombra e Ossos é ambientada em um mundo que está em guerra, dividido por uma Dobra das Sombras, uma faixa de escuridão repleta de monstros sanguinários. Neste contexto, a jovem órfã Alina Starkov descobre um poder que seria capaz de finalmente unir os povos. Logo, ela é convocada pelo misterioso General Kirigan, conhecido como Darkling, para fazer da elite mágica Grishas e é exaltada como uma Conjuradora do Sol.

Começando pelos pontos positivos, eu achei genial adaptarem Six of Crows junto à trilogia Grisha principal. Em uma série adaptada, sabíamos que os episódios não iriam se focar somente na trilogia principal, o que deixava a dúvida de que história mais eles explorariam. Aproveitar os outros livros e já juntar personagens conhecidos e queridos pelos fãs foi uma boa jogada.

Mais do que isso: deixou o roteiro interessante. O núcleo dos Corvos foi MUITO bem escrito, muitas vezes roubando os holofotes para eles e deixando a história principal em segundo plano – infelizmente. Muito disso eu atribuo aos atores que entregaram atuações fabulosas em seus personagens, tornando-os interessantes, humanos e com várias camadas, deixando-os muito mais próximos do público. Muitas vezes me via pegando querendo continuar em suas jornadas do que na de Alina.

Outro ponto positivo da série foi o desenvolvimento de Mal que nos livros é bem raso, o que não o torna um adversário tão bom pelo coração de Alina. Mostrar o passado dele e Alina reforçou a ligação que eles possuem não só como amigos, mas o que fez eles se apaixonarem.

Os flashbacks com Darkling também ajudaram a entender melhor seu personagem e de onde vem sua jornada e porque ele adentrou o lado negro, por assim dizer (ainda não li todos os livros, então não sei como isso foi mostrado nas páginas).

Ben Barnes está bem em seu papel, dando o peso e charme necessário para seu personagem. Quero ver como irá se sair na segunda temporada com seu plot twist. Jessie Mei Li achei no começo meio travada, não muito confortável, mas depois foi ficando mais natural no papel.

Os efeitos visuais e fotografias são todos muitos bonitos e bem feitos. O problema da série está no roteiro que tem alguns problemas de desenvolvimento – o mesmo que vejo um pouco nos livros. Enquanto nos livros há um problema de desenvolvimento de background de personagens, no roteiro da série foram construção de situações. Momentos chaves, como a primeira vez que Alina usa seus poderes, sua demonstração de poderes no Festival, a batalha final ao atravessar a dobra, encontro com o cervo; todos, apesar de bonitos, ficou com um sentimento de que faltava algo à mais, principalmente para quem leu os livros. Não houve uma boa construção de momento de tensão, uma construção para que tornasse aquele momento memorável (e isso tira totalmente a comparação com Game of Thrones, afinal, ninguém nunca vai esquecer como Daenarys se tornou a Mãe dos Dragões).

Outros dois fatores importantes que faltaram na série e que para mim afetaram muito o desenvolvimento foram: desenvolvimento de Alina como Grisha e a história do Cervo. Alina passa um bom tempo no Pequeno Palácio e passa por diversos treinamentos que a faz entender o mundo Grisha, mas principalmente a si mesma e sua descoberta de como escondeu seus poderes por tanto tempo. Tudo isso é extremamente importante para a relação que desenvolve com o Darkling e Mal ao decorrer da série – inclusive uma cena cortada que ela discute com o Mal.

O segundo é a história do Cervo. Darkling conta para Alina, ela não sabia da existência desse ser místico. Esse momento é de EXTREMA importância para explicar a ligação de Alina e o Cervo e porque o “OSSOS” do título. Um diálogo que explica o quão complexo chega a ser isso e a que ponto chega maldade de Darkling.

Falo que esses dois fatores fazem falta porque isso modificou a batalha final, o que afeta muito Alina nos livros. A cena final, no fim, apresentou tudo o que eu esperava desde o começo: ser surpreendida com um momento bem construído.

A série promete muito com sua narrativa e atores, mas precisa acertar uns pontos para sua narrativa chegar em algo maior.

Mavi Tartaglia

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