sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Crítica A Garota no Trem



Sinopse: “Rachel (Emily Blunt), uma alcoólatra desempregada e deprimida, sofre pelo seu divórcio recente. Todas as manhãs ela viaja de trem de Ashbury a Londres, fantasiando sobre a vida de um jovem casal que vigia pela janela. Certo dia ela testemunha uma cena chocante e mais tarde descobre que a mulher está desaparecida. Inquieta, Rachel recorre a polícia e se vê completamente envolvida no mistério.”

Para quem gosta de um suspense e filmes que parecem um quebra-cabeça, deve dar uma chance para esse filme, porém sem esperar que seja um grande desataque do gênero. Apesar de em alguns trechos o filme ser um pouco lente, ele acaba prendendo o telespectador quando esse se vê cada vez mais conectado com a protagonista, querendo saber a resposta para a mesma pergunta que ela faz: O que havia acontecido na noite em que Megan desaparecera? Rachel tem algo a ver com isso?

Montado em flashbacks, vamos aos poucos descobrindo sobre o passado de Rachel e o que a levou a ser uma alcoólatra, ao mesmo tempo em que pequenos pedaços da vida de todos vão sendo passados para nós, mostrando como a vida de três mulheres acabaram se cruzando. 

A direção e roteiro são o grande problema do filme. O diretor não conseguiu dar um bom ar de mistério e suspense para o filme. Apesar de satisfeito no final, você sempre fica esperando o grande acontecimento, que parece não chegar. É nisso que falha o roteiro também, que fica um pouco confuso com seus flashbacks, não funcionando tanto quanto nos livros. 

No começo do filme, você acredita que Rachel é a grande vilã (pode até ficar em dúvida se ela participou ou não do desaparecimento), porém o modo como seu personagem é mostrado no início nos mostra uma imagem de uma pessoa fraca até realmente entendermos o que ela passou e o que toda essa trama passou para ela, podendo ser sua salvação ou sua ruina. 


Nesse quesito, Emily Blunt nos entrega uma interpretação ótima de ser ver. A atriz conseguiu dar uma profundidade à personagem que muitas vezes não consegui sentir ao ler o livro. Sua forma de interpretar o desespero, uma mulher em depressão e depois alguém tentando se reerguer foi o ponto alto do filme. A paleta de cores para representar a personagem também é muito sugestiva, principalmente nos tons frios e azuis. Vemos isso mudar no decorrer no filme conforme a personalidade de Rachel é montada.

Haley Bennett também nos dá uma ótima interpretação como Megan, colocando em uma personagem a inocência e sedução necessária. O elenco feminino foi o que mais brilhou no filme, até porque era o principal foco. Já o masculino foram interpretações médias, mas acredito que também por serem personagens mais rasos tanto no livro que baseou a história quanto no roteiro.

O que gosto muito no filme é a retratação dos personagens. O público enjoou de protagonistas perfeitos e que não fazem nada de errado. Estamos vendo, principalmente em filmes desse gênero, cada vez mais, um outro lado do ser humano, mostrando que todos são passíveis de erros. Ao mesmo tempo que isso nos aproxima mais dos personagens, vemos um novo lado da realidade sendo retratado e nos fazendo pensar. 

Para quem leu o livro, irá se sentir satisfeito com o grau de semelhança. O filme conseguiu ser forte em muitos aspectos que o livro não consegue, como também falhou em outros. No entanto, a narrativa em si se mantém muito próxima da que nos é apresentada na obra literária. 

Ao fim, A Garota no Trem não é tão grandioso quanto Garota Exemplar e não pode ser considerado um ótimo filme. Ele conseguiu passar sua mensagem e ser um filme bom, que irá te agradar, mas não será aquele filme que te deixará inquieta por dias como suspenses geralmente fazem.



Mavi Tartaglia

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