sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Crítica Vingadores: Guerra Infinita



Vingadores: Guerra Infinita 


Esse ano o Universo Marvel Cinematográfico completou dez anos. E com essa data veio um filme que pode marcar a história do cinema: Vingadores 3 – Guerra Infinita. 

Quando foi anunciada a história planejada e Thanos apareceu pela primeira vez nos filmes Marvel, imediatamente começaram as indagações: daria certo?, como seria esse evento?, Marvel conseguiria entregar um filme competente considerando que estaria usando um dos maiores vilões das HQ’s?, como todos os filmes se ligariam?, e muito mais. A cada filme lançado, a ansiedade não era somente para ele, mas como ele afetaria no universo ao todo. E quanto mais perto da data de estreia, mais perguntas surgiam. 

A Marvel conseguiu construir um universo sólido. Com alguns erros no meio do caminho, claro, mas a maioria de seus filmes acertando em cheio; além de bilheterias extraordinárias. Pantera Negra chegou com um grande marco e muita aceitação do público. E então estávamos na reta final, esperando ansiosamente para o encontro de maior número de heróis no cinema. E aí, será que valeu a pena? Confira o que achei do filme a seguir, já avisando que a crítica possui muitos SPOILERS para quem ainda não viu. 



Assistir esse filme no cinema foi uma das maiores experiencias da minha vida. Eu gritei, aplaudi e no final eu estava acabada de tanto chorar. Marvel conseguiu. Entregou um filme grandioso e conseguiu alcançar o público. 

Confesso que estava com medo do que seria entregue depois de Thor: Ragnarok. Para mim esse foi o maior erro da Marvel. O estúdio é conhecido por manter um tom leve em suas produções, mas como isso seria colocado em Guerra Infinita sem parecer forçado ou exagerado? 

Graças à uma pessoa muito inteligente, Joe Russo e Anthony Russo foram contratados para ficar à frente do projeto. Todos sabem que a melhor trilogia da Marvel é a do Capitão América, que conseguiu entregar filmes mais sombrios, mas sem perder a marca da Marvel, colocando o humor em dosagens menores e em momentos certos. Os diretores então voltam e não decepcionam. Eles conseguiram acertar não só no tom do filme (o mais sombrio de todo o universo), como também conseguiram reunir uma grande quantidade de personagens e com bons plots, além de fazerem uma estética marcante e que combinava com cada momento e personagem. O ritmo é certo, passando rapidamente, e quando chega o final parece que acabamos de começar a assistir. E infelizmente só veremos o resultado final de tudo isso em 2019. 

A estética do filme é excepcional. A paleta de cores é bem definida para cada lugar, criando climas e situações de acordo com cada personagem e núcleo; além do CGI impecável. Também gostei muito da direção de fotografia, com sua câmera que em vários momentos acentuava o desconforto, desespero e a maioridade de Thanos. 


O filme já começa com tudo, mostrando para o que veio. Não há preliminares, não há nada feliz. Até mesmo a música tema dos Vingadores não aparece com o logo do estúdio (que fez questão de enfatizar os 10 anos). Já começamos com uma estética sombria e morte ao redor. E então entra em tela Thanos. Até agora mostrado somente em pequenas cenas, deixando o mistério no ar, o roteiro faz questão de mostrar logo nos primeiros minutos que tipo de vilão os Vingadores – e expectadores – irão enfretar. 

Esse começo já foi uma facada no meu coração. Thanos logo de cara já consegue a joia do espaço (mais conhecida como Tesseract) e uma morte de um personagem que vive dentro do meu coração e até agora não consigo acreditar. Aí já vemos que a coisa não vai ser fácil. A partir disso, Thanos sai em busca da Joia da Realidade e da Alma enquanto manda seus capangas em busca das duas joias que estão na Terra: a da Mente e a do Tempo. 

É assim que o núcleo de heróis se divide. Tentando proteger a joia do Tempo, temos o encontro de Stark e Doutor Estranho (QUE ENCONTRO, MEU DEUS! Esperei muito tempo para ver esses dois ícones juntos em tela) que foi ótimo, cheio do humor ácido de Stark e Strange com seu modo série e protetor da realidade em que vivem. Bruce Banner volta à Terra para avisar sobre a vinda de Thanos e em meio a luta em NY, descobrimos que o Hulk está um pouco traumatizado. Logo em seguida, se junta a cena Tom Holland e seu ÍNCRIVEL Homem Aranha. Muitos dos momentos cômicos foi guardado para o personagem e não soa nem um pouco forçado com um Peter jovem e todo desengonçado. Deixo aqui a ênfase da PAIXÃO que sinto por Tom e digo que ele entrega o melhor Peter e Homem Aranha até agora. Assim é formado o primeiro núcleo que parte para o espaço protegendo a joia e em busca de Thanos. 

Enquanto isso, Bruce faz uma pequena ligação. Somos então transportados para Wanda (Feiticeira Escarlate) e Visão. Digo que as cenas dela protegendo o Visão para mim foi uma das melhores sequências do filme. Vemos um personagem extremamente poderoso (Visão conseguiu levantar o martelo de Thor!) indefeso, ao mesmo tempo que podemos ver Wanda crescendo em seus poderes e arrasando na tela! E isso só estava nos preparando para as chegadas dos ícones Capitão América e Viúva Negra. QUE ENTRADA DO CAPITÃO!!! Não nego meu amor pelo personagem e sua chegada foi triunfal. O cinema inteiro aplaudiu e eu senti a emoção me tomando naquele momento. Sempre digo que é só o Capitão chegar que ele consegue colocar ordem no barraco. Aqui não poderia ser diferente (atenção para seu novo visual que combina totalmente com o tom mais pesado do filme). A missão aqui é levar Visão até Wakanda para conseguir retirar sua joia e destruí-la sem matá-lo. Formamos assim o segundo núcleo de heróis. 

Na Galáxia vemos Thor se encontrando com os Guardiões (que encontro hilário! Drax é muito sem noção). Thor, Rocket e Groot irão em buscar de um novo martelo para o deus do trovão. Os outros vão tentar impedir que Thanos consiga a joia da realidade. A química entre Thor e Rocket funcionou muito, uma dupla que não esperava. Também em Guerra Infinita temos o verdadeiro e poderoso Thor. Os irmãos Russo deram para o personagem o tom exato que ele deveria ter tido em Ragnarok, além da estética que o envolve. Se tivessem feito isso no terceiro filme do deus do trovão, teríamos mais um grande longa, além de conseguirem começar a preparar o terreno para Vingadores 3. Uma pena o desperdício. 

No encontro de Gamora e Thanos temos grandes surpresas. A primeira é que descobrimos que ela sabia o tempo todo onde estava a joia da alma (SURPRISE!). Essa foi a única joia que não apareceu nos outros filmes, o que levou a todos criarem mil e uma teorias para onde ela estaria (e todos errando no final). Também graças a esse encontro, passamos a conhecer mais de Thanos, humanizando o personagem e o trazendo para mais perto do público. Vemos o que ele ama, assim como passamos a entender mais sua filosofia e o motivo por querer acabar com metade do universo. Thanos acaba roubando a cena no filme inteiro, com ótimas falas e presença que não pode ser segurada. Encontramos então um personagem há muito não visto... Caveira Vermelha! Desde Capitão América me preparava para seu retorno (achava impossível a Marvel deixar uma ponta solta dessas e não fazer nada). A surpresa foi geral, assim como o acontecimento a seguir: a morte de mais um personagem (sério, eles não param!). 


O filme começa seu ato final. Em Titã, o núcleo Stark encontra o núcleo Guardiões e irão enfrentar Thanos. Na Terra, Wakanda se prepara para uma invasão enquanto Shuri corre contra o tempo para salvar Visão. O filme chega à seu ponto máximo. Não sabemos qual sequência de ação é mais de tirar o fôlego. A luta em Wakanda consegue ser equilibrada, lidando com uma grande parte de personagens e dando espaço para todos aparecem na tela com um propósito. Já no Titã banhando de laranja, Doutor Estranho analisa as chances de ganhar o embate com Thanos – é aí que Quill faz tudo sair do controle. 

Pausa 1: encontro de Star Lord com Stark é ÓTIMO! Duas figuras extremamente egocêntricas e diferentes se encontrando dá uma cena ótima! 

Pausa 2: Thor chegando em Wakanda com se novo martelo e acabando com todo mundo. QUE CENA, MEUS AMIGOS, QUE CENA! Obs para sua chegada ao som do tema dos Vingadores (momento gritos mais uma vez). 

Voltando a luta em Wakanda, Wanda sai do lado de Visão e vai ajudar os outros heróis. Que cena ela salvando Nat e Okoye. GIRL POWER!!!! Senti que a Feiticeira cresceu muito nesse filme. Sua despedida com Visão foi uma cena emocionante. Guerra Infinita nos mostrou a face heroína da personagem, apesar de não mostrar ainda todo o potencial de seus poderes (comentarei mais sobre isso abaixo). 

Por fim, temos Thanos conseguindo a joia do tempo e assim indo para a Terra. Ninguém está preparado para o final ao conseguir a joia da mente (e o modo que ele consegue é de partir o coração). Temos o fechamento da história. Com um estalar de dedos, metade da população do universo desaparece... E assim nos despedimos de vários heróis. Vocês não têm noção do quanto eu chorei com esse final. Cada morte era um tiro no peito, me levando mais ao desespero. Sabia que o filme iria trazer mortes e seria pesado, mas não estava preparada para o que aconteceu. O final deixou um gosto amargo e de quero mais, além de um milhão de perguntas! 

Enfim chegamos às considerações finais. Em primeiro lugar, umas das frases de Doutor Estranho: se chegar um momento que tenha que decidir entre sua vida, ou do garoto ou a joia, eu salvo a joia (Strange para Stark). E no final vemos exatamente o oposto. Doutor Estranho entrega a joia verde para Thanos para salvar a vida de Stark. O que mudara? Se prestarmos atenção antes, o feiticeiro havia visto todas as possibilidades do combate e no final só havia uma chance deles vencerem. Será que essa chance envolvia entregar a joia e Thanos conseguir concretizar seu plano? Acredito que sim. 

Segundo ponto: essa mesma frase do doutor mostra dois lados de uma moeda. Enquanto ele diz que fará de tudo para proteger a joia, temos Capitão América dizendo: nós não trocamos vidas. Essas frases guiam todo o filme para no final acontecer exatamente o oposto. 

Uma das perguntas que ficou: as mortes foram definitivas ou não? A produção disse que sim, elas são definitivas. Acredito que isso não pode ser levado tão ao pé da letra. Teremos surpresas em Vingadores 4. Alguns dizem que a alma de todos ficam guardadas na joia da alma. Se for assim, isso significa que as mortes antes de Thanos conseguir a joia são definitivas. Outra teoria diz que todos estão presos no mundo Quântico (ASSISTAM HOMEM FORMIGA E A VESPA). 


Outro ponto que achei interessante é que no final de Guerra Infinita e em Vingadores 4 teremos basicamente a formação original com algumas adições (Capitã Marvel e Homem Formiga, por exemplo). Inclusive temos fotos do set com Cris Evans e seu Capitão com o uniforme do primeiro filme. Será que para salvar o universo eles precisam voltar às origens? 

Inicialmente eu tinha a teoria que quem salvaria a todos seria a Feiticeira Escarlate. Ela possui muitos poderes nas HQ’s e nem todos foram mostrados no filme, inclusive de manipular a realidade. Mas com o final do filme, essa teoria foi por água abaixo. Com Homem Formiga e a Vespa, podemos criar a teoria do mundo quântico, mas como isso será desenvolvido é um mistério, além de ficar a questão de como a Capitã Marvel irá entrar no meio de tudo isso (aguardando ansiosamente pelo filme para ver se minha mente clareia). 

Mais um ponto a ser levantado é a participação de Adam Warlock. Nos quadrinhos ele tem uma grande participação no desenrolar da história e ele foi mencionado brevemente em Guardiões da Galáxia 2. O que estão preparando para ele? Mais uma personagem que pode aparecer é a Morte. Nos quadrinhos, Thanos quer acabar com metade do universo por estar apaixonado por ela. Será possível uma participação de Hela, deusa da morte? 

Últimas observações: 

Obs1: filme cheio de encontro fofinhos! Nat e Bruce, Steve e Buck! Esse filme foi muita emoção para meu coração. 

Obs2: A Capa do Doutor Estranho! Só a Marvel para conseguir fazer uma capa ser fofa! 

Obs3: adorei as referências de filmes do Homem Aranha. Fiquem ligados. 

Obs4: Para quem ainda não viu, corra AGORA atrás de Homem Formiga e a Vespa. Coisas importantes acontecem. 

Obrigada por lerem essa crítica enorme! E vocês, possuem alguma teoria? 

Mavi Tartaglia


2 comentários:

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  2. Gostei muito da sua crítica.
    Realmente a direção é ótima. Segundo alguns estudos que vi, colocar duas pessoas para fazer a direção ajuda porque eles podem dividir tarefas. Nem o Spielberg ia coordenar TANTA gente assim...
    Acho que o CGI só ficou ruim na hora de mostrar o Bruce dentro da Hulkbuster.
    Uma coisa que acho que só notei: a cena da Feiticeira e do Visão antes do último ser atacado é uma das cenas mais românticas do MCU.

    Tem algum personagem masculino que você NÃO tenha um crush?

    A melhor teoria que tenho: Strange sabe TUDO que vai acontecer. Ele sabia que tirar a Manopla seria inútil, o Senhor das Estrelas ficaria abalado, que era preciso resistir para dar tempo do Homem-Formiga ficar preso no mundo subatômico e sabia que a Capitã só ia aparecer em ÚLTIMO CASO. É a única forma de vencer.

    Aguardo ansiosamente pelo próximo filme!

    E não deixe de conferir a minha crítica: http://detonerds.blogspot.com/2018/05/vingadores-guerra-inifina-chupadc.html

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